O Parlamento deverá aprovar esta sexta-feira o Orçamento do Estado para 2011, com os votos favoráveis do PS, a abstenção do PSD e os votos contra da restante oposição. Isto numa altura em que Portugal é encarado como o próximo na fila a recorrer ao FMI, depois da Irlanda. Pelo menos aos olhos dos mercados.
Os deputados reúnem-se de manhã para debater e voltar a votar algumas propostas, depois de terem sido rejeitadas na quinta-feira em sede de especialidade, na comissão parlamentar de Orçamento e Finanças.
Segue-se o encerramento da discussão na especialidade, com a presença do Governo, decorrendo depois a votação final global da proposta orçamental.
Quais os temas que geraram maior controvérsia?
Para trás ficam três dias de votações na especialidade e debates em plenário, que tiveram entre os momentos de maior polémica o chumbo da actualização das mais-valias bolsistas para 21,5%. A PCP teve os votos contra do PS, PSD e CDS.
Também a aprovação da norma que permite adaptações aos cortes salariais nas empresas do Estado tem gerado controvérsia, com os protestos do PCP e Bloco. Até o líder parlamentar do PS, Francisco Assis, apontou a falta de esclarecimentos no devido tempo.
A oposição apresentou mais de 1100 alterações ao OE, mas conseguiu fazer passar apenas algumas das suas propostas.
O Bloco de Esquerda conseguiu eliminar a norma que desresponsabilizava financeiramente os autarcas por decisões baseadas em pareceres técnicos dos serviços, enquanto o PCP viu garantido o privilégio aos trabalhadores em caso de insolvência das empresas.
Pelo caminho ficaram muitas propostas da oposição, como o adiamento para 2012 da entrada em vigor do código contributivo e a suspensão das grandes obras públicas e de novas parcerias público-privadas, a revogação da lei da condição de recursos, dos cortes nos abonos de família e das alterações à taxa do IVA.
Hoje ainda é dia de discussão
Antes da votação final, no entanto, os deputados ainda discutem e votam em plenário seis propostas, cuja avocação foi pedida na quinta-feira pelo CDS, Bloco de Esquerda e PCP.
Do CDS: a redução do Pagamento Especial por Conta em 10% às empresas que criem postos de trabalho líquidos e baixar de 23 para 6% o IVA pago pelas Instituições Particulares de Solidariedade Social pela construção de obras e equipamentos sociais.
Do BE: votar uma proposta de alteração do PS que exclui da regulamentação dos estágios profissionais aqueles que correspondam a trabalho independente e a proposta de tributar as mais-valias urbanísticas, que foi chumbada em comissão.
Do PCP: a proposta para a criação de um novo imposto sobre as transações e transferências financeiras e um diploma que propõe a revogação das normas que restringem as comparticipações dos equipamentos.
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Orçamento: chegou o dia do «sim», com esperada abstenção do PSD
- Redação
- VC
- 26 nov 2010, 09:56
![Parlamento (MIGUEL A. LOPES/LUSA)](https://img.iol.pt/image/id/13230959/1024.jpg)
Aprovação pelo Parlamento vai ocorrer esta sexta-feira. Depois, Cavaco tem 20 dias para vetar ou promulgar o documento
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