Prejuízos dos  bancos revelam que estão a ser «previdentes» - TVI

Prejuízos dos bancos revelam que estão a ser «previdentes»

Banqueiros

Governador do Banco de Portugal sublinha que parte das perdas se deve a imparidades de crédito

O Governador do Banco de Portugal desdramatizou os prejuízos apresentados pela maioria dos principais bancos portugueses no primeiro trimestre, considerando que decorrem de uma política «previdente» que visa acautelar possíveis imparidades futuras.

¿Os bancos estão a contabilizar imparidades que amanhã podem, ou não, vir a concretizar-se, pelo que é uma forma previdente de calcular riscos futuros», explicou Carlos Costa, que falava numa conferência de imprensa em Lisboa.

Nos últimos dias, CGD, BCP, BES e Banif anunciaram perdas no primeiro trimestre. Carlos Costa diz que, que toca às imparidades para crédito, dada a crise que o país atravessa, «mais vale prevenir do que remediar».

Por isso, o governador diz que os resultados dos bancos devem ser analisados por duas partes: uma relativa à exploração corrente do negócio, e outra focado na questão das imparidades.

«Uma parte daqueles valores [prejuízos] refletem uma atitude de reflexão», que até está em linha com as recomendações do Banco de Portugal para o setor.

«Quanto mais pró-ativos forem [os bancos], menores são as hipóteses de haver imprevistos», salientou o governador.

Lembrando que a banca nacional apresenta um rácio de capital core tier 1 médio de 11,5%, acima de muitos congéneres europeus, Carlos Costa sublinhou que «isto demonstra que os bancos têm uma almofada para absorver perdas. Estamos a trabalhar com coeficientes de segurança e esse é o melhor cartão-de-visita que se pode dar aos depositantes».

«Os resultados negativos faziam parte do previsível» e até reforçam a posição do regulador, de que os depositantes portugueses podem estar descansados quanto à viabilidade das instituições bancárias.

Do lado positivo, nos resultados dos bancos, o responsável destacou ainda a evolução no incumprimento, apontando para o caso dos contratos hipotecários. «Não obstante as dificuldades face à queda do rendimento disponível, as famílias estão a cumprir com as suas obrigações no crédito à habitação».
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