Pressão sobre a Grécia pode ter impacto no nosso rating - TVI

Pressão sobre a Grécia pode ter impacto no nosso rating

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Credores gregos exigem mais garantias em troca da ajuda prestada. Moody`s avisa que isso pode ter um efeito dominó

A Grécia volta a estar sob pressão, com vários países a exigirem mais garantias nos empréstimos concedidos no âmbito do primeiro resgate do país. E isso pode ter consequências no rating de outros Estados «problemáticos» da Zona Euro, na óptica da Moody`s. Portugal e Irlanda estão inevitavelmente nesse grupo.

Quando as autoridades europeias desenharam o primeiro programa de apoio financeiro à Grécia, em Maio de 2010, não contavam ainda com a ajuda de um mecanismo europeu de financiamento. O resgate foi definido através de empréstimos directos de países a Atenas. Países esses que reclamam cada vez mais garantias em troca da ajuda prestada.

Foi a Finlândia que começou com as exigências, mas rapidamente a Áustria, os Países Baixos e a Eslováquia se apressaram a pedir mais garantias nos seus empréstimos. Atenas logo esclareceu que não estavam a ser feitas quaisquer negociações com nenhum outro país que não a Finlândia.

O efeito dominó

Portugal e Irlanda, os outros dois países europeus com programas de assistência financeira em curso, já beneficiaram do fundo europeu de resgate para a definição dos seus empréstimos internacionais. Mas podem levar por tabela com a pressão que os credores estão a exercer sobre Atenas, exigindo mais garantias.

A Moody`s veio advertir esta segunda-feira que a procura de acordos de dívida desse tipo pode atrasar a próxima tranche de ajuda à Grécia e ameaça causar um incumprimento no pagamento da dívida.

Mais: a proliferação de acordos de garantia seria o mesmo que estar também a limitar a disponibilidade de fundos para programas de resgate futuros, pelo que a agência de notação financeira espera que os Estados-membros da Zona Euro possam, em última instância, rejeitar o acordo entre a Grécia e a Finlândia.

«O acordo provisório sobre a garantia [entre os dois países] levanta preocupações sobre a disposição e a capacidade de alguns políticos da área do euro para implementar medidas que se revelem necessárias para preservar a estabilidade da União Monetária Europeia», alerta a Moody`s, numa nota citada pela Reuters.

Isso faz endurecer a responsabilidade da Alemanha e da França na tomada de medidas mais fortes para apoiar o projecto do euro: «Esta reticência coloca maior pressão sobre a Alemanha e a França para assumirem uma postura fortemente apoiada para a Zona Euro, com efeitos mais concretos e imediatos do que as propostas que os dois países fizeram na semana passada».
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