PSA de Mangualde retém salários para pagar despedimentos - TVI

PSA de Mangualde retém salários para pagar despedimentos

Dinheiro

Terceiro turno termina no fim de março. Trabalho acumulado será pafo em dinheiro retido dos salários e indemnizações, acusa grupo de trabalhadores

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Um grupo de trabalhadores da PSA Peugeot-Citroen de Mangualde, que foi dispensado com o cancelamento do 3.º turno de produção, acusa a empresa de querer «ilegalmente» reter verbas de salários e indemnizações para compensar bolsa de horas remanescente.

O 3º turno da PSA de Mangualde termina no final de março, conforme a empresa anunciou há cerca de um mês, mas o tempo de trabalho acumulado em banco de horas não vai ser devolvido em trabalho mas sim em dinheiro que será retido dos salários e indemnizações.

Fonte da administração da PSA de Mangualde confirmou à Lusa que as horas que constam da bolsa criada para os 350 trabalhadores que abandonam agora a empresa, «por uma questão de rigor», vão ser ressarcidas através da retenção da verba correspondente nos salários e indemnizações de direito.

Mas a fonte adiantou que «o salário de março será pago na íntegra» e que o valor da bolsa de horas sairá de parte dos salários que, «na maior parte dos casos», os trabalhadores vão receber por terem contratos até junho, e vão receber estando em casa, ou dos subsídios de férias e Natal a que corresponde o tempo de trabalho em 2012.

Os trabalhadores contactados pela Lusa não aceitam que a empresa retenha o dinheiro de salários, indemnizações e subsídios, alegando que «a lei impõe que a bolsa de horas seja esvaziada através de trabalho para a empresa» e não pela via da retenção da verba correspondente.

O limite legal de horas para acumular em bolsa é de 260 na PSA de Mangualde, sendo que a média dos trabalhadores que deixam a empresa com o fim do 3.º turno é de cerca de 200.

Com a saída dos 350 do 3.º turno, a PSA Peugeot-Citroen de Mangualde permanece com 900 trabalhadores, em dois turnos de produção, tendo o despedimento sido justificado com uma diminuição da procura dos modelos Peugeot Partner e Citroen Berlingo em produção na unidade portuguesa.

A administração garante que se houver melhoria no mercado será retomado o 3.º turno com os trabalhadores que agora deixam a empresa, «até porque a formação destes custou mais de um milhão de euros e não é de ânimo leve que se deixa ir embora esta mais-valia».
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