Soares da Costa rescindiu com 300 pessoas - TVI

Soares da Costa rescindiu com 300 pessoas

Soares da Costa

Contratos cessaram por mútuo acordo

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A Soares da Costa já rescindiu contrato por mútuo acordo com 300 trabalhadores.

«O programa de redução de efetivos está a decorrer, tem que ser executado, e já resultou na saída por mútuo acordo de cerca de 300 pessoas dos efetivos do grupo em Portugal e está a prosseguir», disse à Lusa o presidente executivo da Soares da Costa, António Castro Henriques, após a assembleia geral de acionistas que decorreu esta quinta-feira no Porto, com 82% do capital social presente.

O responsável da construtora realçou que não há uma meta traçada em termos quantitativos para o número de trabalhadores a reduzir, mas sim uma «política de ajustar às necessidades» da empresa.

A Sociedade de Construções Soares da Costa foi declarada em reestruturação pelo Governo em dezembro do ano passado, tendo apresentado um «cenário» e não um plano, como Castro Henriques fez questão de referir, que apontava para números na ordem das 900 pessoas.

Segundo comunicado divulgado pela Soares da Costa no princípio do ano, a empresa afirmou que «será prematuro indicar números concretos, que, em todo o caso, deverão ficar longe dos que vêm sendo noticiados, sendo certo ainda que serão reduzidos ao mínimo essencial».

«Nos 900 incluíam-se reduções de efetivos que, à data que apresentámos o plano, já eram passadas. Na altura, quem analisou esses documentos e os publicitou somou duas coisas: o que faltava e o que já tinha sido feito».

Castro Henriques salientou que, ao mesmo tempo que se efetua a redução de efetivos está a haver a promoção da colocação de algumas pessoas em países onde a Soares da Costa vai ampliando a sua presença.

Segundo o relatório e contas de 2011, o número médio de trabalhadores do grupo no ano passado foi de 5.549, menos 403 do que em 2010.

No que toca à construtora em particular, continuava a ser o maior empregador do grupo em finais de 2011 com 3.249 pessoas, menos 526 do que no ano anterior.

Sobre a carteira de projetos da empresa no exterior, o responsável adiantou que foi de mais de 60% em 2011, tendo chegado aos 80% durante os primeiros meses deste ano.

«É interessante verificar que nos primeiros meses deste ano a percentagem da nossa carteira no exterior cresceu dos 66 para os 80%. Não somos tão afetados quanto outras empresas mais concentradas no mercado doméstico pela quebra da procura em Portugal».

Esta subida deu-se graças a um misto «da perda de carteira em Portugal com o ganho em outras geografias», que consiste, entre outros, em projetos de infraestruturas rodoviárias nos EUA, em Omã ou na Roménia, bem como projetos industriais no Brasil e de habitação em Angola.

De acordo com Castro Henriques, o ano de 2012 é um ano de «forte contração da procura e portanto isso exige das empresas que ajustem as suas estruturas à nova dimensão do mercado».

Por esta mesma razão, o presidente executivo da Soares da Costa explicou que pretendem consolidar a presença que possuem em países estrangeiros, o que, ainda assim, não significa que não possam, pontualmente, entrar em novos mercados, tal como aconteceu com Omã.

«Acho que a conjuntura doméstica e internacional não permite fortes otimismos. Estou otimista em relação à capacidade técnica da Soares da Costa de ser capaz de aproveitar oportunidades nas geografias mais prometedoras».

Recorde-se que o resultado líquido do grupo Soares da Costa caiu 84,8& para 2,4 milhões de euros no ano passado, face a 2010, penalizado pela deterioração do resultado financeiro e por questões fiscais.
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