Testes de stress: «Temos de estar preparados» - TVI

Testes de stress: «Temos de estar preparados»

Carlos Santos Ferreira, BCP

Presidente do BCP não acredita que haja alguma instituição que «se atreva a não ter resultados positivos»

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A nova ronda de testes de stress já esteve mais lonnge. «Todas as instituições [financeiras] vão ter que estar preparadas» para a avaliação de Junho.

«Não acredito que haja nenhuma instituição que conhecendo com este tempo os critérios, tendo oportunidade de os testar, se atreva a não ter resultados positivos em Junho», disse ainda na quinta-feira Carlos Santos Ferreira, à margem do ciclo de Conferências do Palácio da Bolsa, no Porto.

O presidente do BCP desvalorizou a obrigatoriedade dos bancos terem de apresentar até ao final de Abril planos de reorganização - uma medida incluinda no novo pacote de austeridade - realçando que «os bancos têm estes documentos sempre».

«O Banco de Portugal pediu que até ao final de Abril apresentasse planos de liquidez, de capital e planos respeitantes aos balanços, aos activos que têm no sentido de atingir determinados níveis de desalavancagem da economia». «Estes papéis serão apresentados, porque são documentos que todos os bancos têm».

O Governo pretende um aumento da base de capital da banca «rapidamente», segundo o ministro das Finanças. Os planos terão de ser consistentes com o ajustamento macroeconómico e o processo de consolidação orçamental.

«O intuito será reforçar rapidamente a base de capital dos bancos, sobretudo atendendo à necessidade de desalavancagem e de recuperação do acesso aos mercados», diz o Governo.

«Haja bom senso»

Carlos Santos Ferreira abordou ainda a crise política que se vive no país. O presidente do BCE tem «esperança que toda a gente tenha bom senso que conduza a uma solução que permita obter um resultado positivo para o país».

À margem do ciclo de Conferências do Palácio da Bolsa, Carlos Santos Ferreira explicou, citado pela Lusa, que «ter bom senso é permitir obter consensos que permitam atingir esse resultado», recusando estar a referir-se à aprovação do reforço das medidas do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC).

«Não é isso. Não é obrigatório que seja aprovação do PEC 4 e eu até me recuso a dar esse nome ao documento». «É preciso que as pessoas falem, dialoguem e encontrem uma base comum que as una».

Santos Ferreira sustentou que se está a viver «um período delicado em que está muita coisa em jogo», mas desvalorizou o impacto que as polémicas nacionais têm no exterior.

«É evidente que todas as discussões que temos em Portugal são traduzidas para o exterior e todas as nossas polémicas são registadas no exterior, mas não podemos estar calados com medo do que se pensa e do que se diz de nós lá fora».

Ainda assim, «todos temos esperança que termine bem como em todas as histórias».
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