Troika: hoje o frente a frente é com os patrões - TVI

Troika: hoje o frente a frente é com os patrões

Poul Thomsen, FMI

Hoje é o dia de a delegação responsável pelo resgate português receber confederações patronais

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[Notícia actualizada às 9h55 com mais declarações, já à entrada da reunião]

Depois de ter recebido o PSD, CDS e centrais sindicais, a troika do FMI, BCE e Comissão Europeia vai ouvir esta quarta-feira à tarde o que tem a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal sobre o relançamento da economia nacional.

«Concordamos que há um conjunto de cortes na despesa e de medidas que têm de ser tomadas, mas essas medidas são quase todas de recessão e nós queremos que sejam também tomadas algumas medidas que permitam às empresas subsistir, senão entramos numa espiral incontrolável de encerramentos e desemprego», disse à agência Lusa o presidente da CCP.

Para João Vieira Lopes, devem ser garantidos, através da banca, os financiamentos necessários a empresas que são economicamente viáveis mas que estão a ser «estranguladas por falta de financiamento».

A dinamização da reabilitação urbana é também vital para a CCP. Isto porque é uma forma de revitalizar o comércio, os serviços, o turismo e a construção.

No que toca à legislação laboral, a CCP vai reafirmar propostas anteriores que defendem a discussão da flexibilidade e da adaptação das condições de trabalho ao nível das empresas e não da contratação colectiva.

Turismo e Agricultura também têm palavra a dizer

Para além da CCP, mais três confederações patronais são hoje recebidas pela troika no Ministério das Finanças.

O presidente da Confederação dos Agricultores Portugueses (CAP), João Machado vai transmitir à comitiva internacional «as principais preocupações do sector agrícola».

«A nossa preocupação é que não faltem os fundos para o PRODER pois o programa de investimento em curso é fundamental para a modernização do sector e para a criação de postos de trabalho».

Já à entrada do encontro, João Machado disse que «a reunião foi pedida pela troika e nós vamos dizer que o sector agrícola é muito importante nesta altura de crise e pode exportar mais».

«É preciso continuar a olhar para a agricultura» até porque «é um sector que pode criar mais emprego». Aliás, «Portugal só tem uma saída: produzir mais».

A Confederação Empresarial Portuguesa (CIP) será a terceira a ser recebida pela troika. Declarações só no final do encontro.

Na agenda, a Confederação do Turismo Portugues surge em terceiro, com uma reunião antes do almoço. O seu presidente, José Carlos Pinto Coelho, declarou por escrito à Lusa que o que quer sublinhar no encontro com a troika é que «há que criar condições para crescer».

Também o presidente do Observatório Permanente da Justiça, Boaventura Sousa Santos, será recebido pelos peritos, tendo afirmado à entrada da reunião que irá levantar a questão de saber qual contributo dos tribunais para que a economia funcione bem.

«Para nós, as transacções económicas têm que ser previsíveis, deve haver uma justiça eficiente e uma luta eficaz contra a corrupção».
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