Mário Soares diz que também cortou 14º mês

O antigo Presidente da República, Mário Soares, admitiu esta sexta-feira que, para manter as contas em ordem, é preciso cortar na despesa. E recordou que quando liderou um governo teve de retirar o 14.º mês aos portugueses.

Estas palavras surgiram na sequência do compromisso do ministro das Finanças em anunciar em «devido tempo» as «medidas que forem necessárias» para não falhar o objectivo da redução do défice.

Mário Soares defende que Portugal pode chegar lá sem ser «preciso aumentar os impostos, basta também cortar nas despesas».

O também antigo primeiro-ministro lembrou, citado pela agência Lusa, que liderou «um governo que, infelizmente, teve de fazer coisas muito desagradáveis, como seja retirar o 14.º mês aos portugueses e, quando isso aconteceu, e quando eu percebi que era necessário, eu é que assumi essa responsabilidade e fiz. Toda a gente protestou, mas passou a onda e toda a gente percebe que fizemos bem».

Mário Soares acredita que «vai haver bom senso» para um acordo prévio sobre o Orçamento do Estado para 2011.

«O Orçamento do Estado é uma peça importante para o futuro, vai influenciar todo o ano de 2011 e a Europa está com os olhos postos não só em Portugal, mas em todos os países no que diz respeito aos orçamentos e, portanto, nós precisamos de alinhar com a Europa e de ser conscientes de que isso [o acordo prévio] deve acontecer».

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