Grécia aprova plano de austeridade

A Grécia aprovou esta quarta-feira o novo plano de austeridade, essencial para desbloquear a quinta tranche da ajuda externa e impedir que o país entre em incumprimento.

No Parlamento grego, 155 deputados votaram a favor, 138 votaram contra aquele que é já o quinto plano de austeridade dos últimos doze meses.

Amanhã, o Parlamento votará aspectos específicos deste pacote, incluindo a sua «implementação imediata».

As medidas, que constam em mais impostos e uma aceleração das privatizações, vão permitir ao governo de George Papandreou poupar cerca de 78 mil milhões de euros até 2015.

Os cortes que a Grécia vai ter de aplicar valem 28,4 mil milhões de euros, ao mesmo tempo que o governo espera angariar 50 mil milhões com as privatizações.

O que será preciso fazer

Atenas terá agora de aplicar o imposto de solidariedade, obrigatório para todos e que vai variar entre 1% a 5% de acordo com o vencimento.

Ao mesmo tempo, será reduzido o limite da isenção do imposto sobre o lucro, ao passo que será criada uma taxa anual de 300 euros sobre os trabalhadores independentes.

Os gastos públicos vão sofrer um corte de 400 milhões de euros até ao final deste ano.

Este pacote era exigido pelas autoridades internacionais, ameaçando cortar as ajudas àquele país.

A Grécia necessita de receber a quinta tranche da ajuda externa, no valor de 12 mil milhões de euros, o mais rápido possível, com risco de entrar em bancarrota.

Também os mercados esperavam o «sim» dos gregos e, por isso, esta quarta-feira tanto as bolsas europeias estão em alta, como os juros da dívida pública dos países periféricos estão a aliviar.

Depois da aprovação, a bolsa de Lisboa também segue em alta, com os bancos a suportar os ganhos.

Falta agora definir as condições de um segundo resgate àquele país. O primeiro-ministro grego já admitiu que poderá ser no valor de 110 mil milhões de euros, o mesmo do que o primeiro plano de ajuda UE/FMI.

No mesmo dia em que foi aprovado o novo pacote de medidas de austeridade, a Grécia vive uma segunda greve geral, que está a ser marcada por violentos confrontos entre manifestantes e austoridade nas ruas de Atenas.

[Notícia actualizada às 14h40]