Questionado pela agência Lusa, à margem de uma visita a uma pedreira de extração de mármore no concelho alentejano de Vila Viçosa (Évora), o governante realçou que a tarifa social implementada pelo Governo “permite baixar 34% da tarifa a 500 mil consumidores”.“Eu tenho falado sempre em 1,5 a 2% porque esse aumento [de 4,7%] não tem refletido o efeito da tarifa social”
O ministro frisou, ainda, que este ritmo de aumento “continuará até 2020” e que os dados do Eurostat “confirmam a importância que o Governo tem dado aos cortes nas rendas excessivas” no setor da eletricidade e à “exigência” de “um maior benefício em Portugal de um mercado interno da energia que não pode terminar nos Pirenéus”.
O Governo, no que diz respeito aos preços da eletricidade, “tem um sentido reformista que é notório”, afiançou, argumentando que “estes preços, sem impostos, estão em linha com a média europeia”. “Mas consideramos que se deve ir mais longe ao nível da redução de custos e, por essa razão, temos vindo a eliminar as rendas excessivas”, afirmou.
Se o executivo “não tivesse cortado 3.400 milhões de euros nas rendas excessivas, o preço da eletricidade em Portugal teria aumentado, em três anos consecutivos, 13 a 14%”, alertou.
Quanto ao gás, o Eurostat diz que Portugal cobrou, no ano passado, a segunda mais alta tarifa para uso doméstico da UE, de 10,4 euros por 100 kWh (quilowatt-hora), e teve a maior subida de preços (11,4%).
Mas Jorge Moreira da Silva argumentou que estas estatísticas europeias “vêm confirmar o caráter estratégico e prioritário que o Governo assumiu na redução de custos do gás”, graças a ter alargado a contribuição extraordinária para o setor aos contratos “take or pay” detidos pela Galp, de importação de gás da Nigéria e da Argélia.
Alargamento que, segundo o ministro, vai permitir “uma redução da tarifa de 7 a 12%, já este ano, a partir de 01 de julho”, afirmou.