O Governo português quer evitar a todo o custo a comparação com a Grécia e todos os analistas concordam que os dois países são diferentes. Por isso mesmo torna-se ainda mais estranho perceber que as agências de rating, sobretudo a Moody's, parecem estar a tentar forçar Portugal a um percurso igual ao da Grécia.
É uma história feita de princípio, meio mas ainda sem fim. Vejamos as coincidências.
A 22 de Abril de 2010, a Moody's corta o rating da Grécia. Um dia depois, o Governo de Atenas pede ajuda ao FMI e a Bruxelas.
A 5 de Abril de 2011, a Moody's baixa um nível ao rating da República Portuguesa. Um dia depois, José Sócrates pede o resgate financeiro.
Mas mesmo depois de pedir ajuda, a Grécia é colocada no «lixo» pela agência Moody's. E se olharmos para o caso português, lá está a coincidência: o mesmo aconteceu a Portugal.
Mas será a história dos dois países idêntica? Quando pediu ajuda, Atenas tinha um défice acima dos 10%, a dívida pública chegava quase aos 150% do PIB e a economia enfrentava uma recessão de 5%. A taxa de desemprego atingia os 12%.
Portugal foi intervencionado em Abril, quando o país tinha um défice de 9%, a dívida pública atingia 93% do PIB, a economia contraía 0,6% e a taxa de desemprego era idêntica à da Grécia.
Mesmo depois do resgate, as agências de rating não largaram a Grécia. O país está apenas a um nível da bancarrota e desde a intervenção externa, há mais de um ano, Atenas já foi alvo de 8 cortes no rating. Portugal foi há três meses e nem assim escapou ao «lixo». Aos olhos das agências os dois países não parecem assim tão diferentes.
Nesta história que para muitos não tem moral é preciso esperar para saber se o final será feliz.
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Grécia e Portugal: as semelhanças
- Redação
- Joana Rodrigues, TVI
- 7 jul 2011, 21:12
Moody's está a fazer com Portugal o que fez com a Grécia
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