Ministro das Finanças pede seis meses para apresentar resultados - TVI

Ministro das Finanças pede seis meses para apresentar resultados

Teixeira dos Santos diz que mercados se estão a aproveitar da nossa fragilidade e que a Alemanha não está a ajudar nada

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O ministro das Finanças diz que só precisa de meia dúzia de meses para apresentar resultados e convencer os mercados.

Em entrevista ao «Jornal de Notícias», o ministro diz que «precisamos de tempo para apresentar resultados e vai ser importante mostrar os 7,3% (de défice) este ano e mostrar resultados da execução do Orçamento de 2011». Um tempo que, garante, «não é longo, serão meia dúzia de meses».

Um período de que Portugal pode «perfeitamente dispor nas actuais condições de mercado», ou seja, em que a manutenção dos juros da dívida pública em torno dos 7% não obriga Portugal a pedir ajuda.

«Temos de restaurar a confiança dos mercados e para isso precisamos não só de anunciar políticas mas também de começar a mostrar resultados», refere.

Mercados sentiram fragilidade e estão a explorá-la

O responsável pelas finanças do país diz que «os mercados sentiram que havia aqui alguma fragilidade e estão a explorá-la, claramente», acusando-os de não estarem a diferenciar os países.

Mas o dedo de Teixeira dos Santos aponta-se também à Alemanha, cujas posições «não têm ajudado neste esforço de acalmia dos mercados».

Ministro é remodelável?

Teixeira dos Santos diz que o seu orçamento era melhor do que aquele que acolheu as alterações sugeridas pelo PSD e que é hoje aprovado no Parlamento. O ministro considera que tem condições para o executar porque, lembra, está «em exercício de funções», e recusa-se a responder se é ou não remodelável. Essa é uma decisão que, como diz, cabe apenas ao primeiro-ministro.

Para já, vê-se a fazer o Orçamento para 2012 e garante não estar arrependido de ter feito o deste ano, apesar de reconhecer que é um Orçamento impopular, que exige muitos sacrifícios aos portugueses.

Para este ano, considera que a meta de 7,3% está assegurada e que não existem riscos de virem a ser necessárias mais medidas extraordinárias. O ministro assegura que as negociações com a PT, com vista à transferência do seu fundo de pensões para a esfera do Estado, estão a decorrer «dentro dos timings previstos».

O ministro das Finanças não tem plano B para o caso de o Tribunal considerar inconstitucional o corte de salários na função pública nem para o caso de a economia portuguesa entrar em recessão em 2011, o que poderia aumentar o valor do défice. No caso da primeira, porque não vê razão para um chumbo, e na segunda porque a previsão de receita é «conservadora» e não muito optimista, o que deixa alguma margem.
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