FMI: meta de défice pode ser revista se recessão for pior - TVI

FMI: meta de défice pode ser revista se recessão for pior

Selassie recusa comparações entre casos português e grego

A meta de défice orçamental pode voltar a ser flexibilizada, caso a recessão se mostre pior do que o que está previsto, admitiu o representante do Fundo Monetário Internacional (FMI) na troika, em conferência de imprensa telefónica.

«Temos sempre dito que os estabilizadores automáticos devem funcionar. A meta de défice pode ser ajustada dependendo da evolução da economia», afirmou Abebe Selassie, que falava no mesmo dia em que o Fundo divulgou o relatório relativo à sétima avaliação do programa de ajustamento português. «Somos muito pragmáticos. A chave é atingir um equilíbrio», acrescentou.

No entanto, o responsável avisa que «a margem de manobra para ajustamentos estruturais é muito limitada».

A confirmar-se uma nova revisão das metas, seria a terceira vez que a troika permitiria a flexibilização dos objetivos, em termos de défice.

Na mesma conferência, e confrontado com as recentes declarações do Presidente da República, que defendeu a saída do FMI da troika, Selassie recusou estender-se em comentários, alegando desconhecer o contexto em que as mesmas foram feitas.

Colocada também a questão dos erros cometidos no resgate à Grécia, e já assumidos pelo Fundo, o chefe de missão do FMI em Portugal recusou comparações com o caso grego, onde as metas também tiveram de ser ajustadas várias vezes.

«Portugal e Grécia são muito diferentes. Têm circunstâncias diferentes e um comprometimento com o programa e a sua execução diferentes. É preciso cuidado com as comparações», ressalvou.

«No programa português - mais do que qualquer outro - temos utilizado as avaliações para o recalibrar à medida que avançamos» e «desde maio do ano passado que temos ajustado os parâmetros orçamentais para alcançar um maior equilíbrio».
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