Sócrates apresenta barragem do Baixo Sabor

O primeiro-ministro José Sócrates preside esta sexta-feira à apresentação da barragem do Baixo Sabor, um projecto que mandou suspender há sete anos quando confrontado com a oposição dos ambientalistas ao empreendimento, refere a Lusa.

José Sócrates era ministro do Ambiente quando, em 2000, teve de decidir acerca do primeiro estudo de impacte ambiental (EIA) da barragem.

Na altura classificou de «parolismo» as ameaças das associações ambientalistas de apresentar queixa na União Europeia contra a construção da barragem.

Decidiu, no entanto suspender o processo e fazer uma reavaliação do EIA, promovendo um novo estudo comparativo com outras localizações na zona próxima do Vale do Rio Côa.

O estudo comparativo concluiu que o Sabor era mais vantajoso do ponto de vista económico e de impactes ambientais.

Em Junho de 2004, coube ao ministro do Ambiente social democrata Arlindo Cunha decidir a favor do Baixo Sabor.

As associações ambientalistas avançaram com queixas à Comissão Europeia unidas na Plataforma Sabor Livre, criada em 2003, pela Quercus, Liga para a Protecção da Natureza (LPN), GEOTA, SPEA, FAPAS e Olho Vivo.

A comissão Europeia decidiu agora arquivar as queixas e a construção deverá avançar em 2008, segundo previsões avançadas pelo ministro da Economia.

A barragem do Baixo Sabor faz parte do plano energético nacional desde a década de 1960, mas só em 1996 foi assumida a sua construção com a suspensão da barragem do Côa devido à descoberta das gravuras rupestres classificadas Património da Humanidade.

A EDP anuncia hoje, em Torre de Moncorvo, a construção da barragem do Baixo Sabor, fundamental para poder cumprir os objectivos da energia eólica.

A EDP - Energias de Portugal considera que o país precisa de mais barragens para a produção de enegia hídrica, mas também necessita urgentemente de capacidade de bombagem nas barragens para produzir energia eólica e o único projecto que pode responder verdadeiramente a esta meta chama-se Baixo Sabor.

O investimento total na Barragem do Sabor deverá ascender 354 milhões de euros e vai ser integralmente suportado pela EDP, com a ajuda dos fundos de Bruxelas, até 20 por cento do total, apesar de a eléctrica portuguesa ter já referido que o investimento não está dependente do apoio.

O projecto, que vai criar mais de 1.000 empregos na fase da construção e produzir 2.500 gigawatts por hora de energia.