Investigação sobre fraude fiscal afasta envolvimento do BES - TVI

Investigação sobre fraude fiscal afasta envolvimento do BES

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Uma investigação sobre uma fraude fiscal de milhares de milhões de euros, e que envolveu rusgas aos escritórios do BES em Espanha, concluiu pela inexistência de qualquer envolvimento do banco português, disse esta segunda-feira, à Lusa fonte judicial.

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As rusgas ao BES, efectuadas em Novembro do ano passado, surgiram depoi s de ter sido notada uma «alegada ligação» entre o principal envolvido na rede d e evasão fiscal e o banco português.

De acordo com as mesmas fontes, ligadas ao processo, cinco meses depois as investigações indicam que a sociedade fiduciária alegadamente gerida pelo suspeito, o economista Leandro Kremen Slipakov, «não tem qualquer ligação ao banco português».

Segundo os dados recolhidos, Kremen apenas se limitou a oferecer os seus serviços ao BES, para entrada na sociedade de gestão de fundos que usava conta s em Espanha e no estrangeiro para fugir ao fisco.

Inicialmente a inclusão do BES nos alvos da rusga, a 3 de Novembro, surgiu com base num relatório da Agencia Tributária espanhola que notava que o banco poderia estar a comercializar «estruturas fiduciárias idóneas para a fraude fiscal e branqueamento de capitais».

Estas estruturas fiduciárias, apontadas num relatório de 14 de Junho último, poderiam estar a ser geridas por Kremen Skipakov, um funcionário da seguradora Cahispa que foi, a par do banco BNP, também alvo de rusgas policiais.

Durante as rusgas de Novembro, e além das residências de Kremen e do pr esidente da seguradora Cahispa, Arturo Guilló, foram inspeccionadas a sede da se guradora, os escritórios de dois funcionários do BNP, Carlos Gardeazabal e Enrique Calvo, e dois escritórios do BES, em Madrid e Barcelona.

As rusgas, feitas perante grande mediatização, foram na altura criticadas pelo BES.

O juiz que investiga o caso, Baltasar Garzón, tem actualmente sob controlo judiciário mais de 2.200 milhões de euros de diferentes sociedades investiga das por evasão fiscal e branqueamento de capitais.

As investigações pretendem confirmar a acção da sociedade Aquarius, ger da por Kremen Slipakov, através da qual se ofereciam alegadamente produtos financeiros que escapavam ao controlo do fisco, investindo grandes quantidades de dinheiro em depósitos a prazo fixo em bancos espanhóis.

Além de 1.800 euros da Aquarius, estão ainda controlados judicialmente cerca de 400 milhões de euros das companhias Xénon e Sherlock, sociedades instrumentais do BNP Paribas, domiciliadas na Irlanda.

A Aquarius carece, segundo as autoridades, de qualquer identidade fiscal, apesar de ter aberto contas ou depósitos em nove entidades de crédito durante o ano anterior às rusgas, através das quais canalizou cerca de 1.145 milhões de euros.

Os investigadores obtiveram documentos que comprovam que Slipakov difundia detalhados correios electrónicos com informação sobre as transacções entre a s várias contas multimilionárias, incluindo contas abertas na filial do BES na Madeira.

Essa documentação permitiu identificar pelo menos mais seis sociedades suspeitas, todas elas sem qualquer identidade ou registo fiscal.
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