Homem agride mulher em direto do TikTok. Disse que era um "show" para atrair seguidores, mas acabou detido - TVI

Homem agride mulher em direto do TikTok. Disse que era um "show" para atrair seguidores, mas acabou detido

  • CNN Portugal
  • 1 mar 2023, 09:00
Agressão em direto Tiktok (foto:Tiktok vídeo/EPV)

O homem foi acusado de crimes de maus tratos e violência. Depois de falsas justificações, a jovem acabou por admitir ser vítima.

A vítima participava num direto do TikTok com mais três rapazes. Todos juntos, à conversa, já reuniam milhares de espetadores. De repente, a diversão acabou e a atenção virou-se para a rapariga quando ela recebeu um estalo que a pôs em lágrimas. Agora, o homem, de 32 anos, que agrediu a sua companheira foi acusado por crimes de maus tratos e violência e sentenciado com um ano de prisão e uma ordem de restrição de três anos.

O caso já se arrasta desde 31 de janeiro. Na madrugada de um sábado, quatro jovens entretinham-se numa conversa em direto a que milhares de pessoas assistiam através do Tiktok. A certa altura, os participantes começaram a ouvir insultos dirigidos à jovem de 23 anos, a única rapariga no direto, e, de repente, ela leva uma bofetada. O impacto da agressão foi de tal forma violento que a vítima começou a chorar. As imagens tornaram-se virais em Espanha.

A partir daí, formou-se uma bola de neve de acontecimentos. Depois do agressor receber várias críticas e insultos pela violência a que submeteu e expôs a jovem, tanto o acusado, de 32 anos, como a vítima se emaranharam em tentativas de justificar o incidente.

Juntos, primeiro alegaram que o autor da bofetada era o pai da rapariga, mais tarde fizeram um direto onde admitiram que foi, na verdade, o marido, mas acrescentaram que “tudo não passou de um show”, argumentando que a agressão era uma estratégia de engagement para a jovem ganhar mais visibilidade e seguidores.

“Eu sei que existem mulheres nessas condições, que sofrem assédio e são maltratadas e eu não concordo com isso, mas eu fiz isto porque este é o meu trabalho, eu posso fazer o que eu quiser”, argumentou a suposta vítima. “Fizemos isso por dinheiro, fama, por tudo o que quiserem chamar”, acrescentou o agora detido.

As justificações não foram suficientes para os internautas e os insultos e ameaças foram aumentando gradualmente, levando o agressor, numa tentativa de defender a sua integridade, a dirigir-se à esquadra da polícia para pedir proteção. Mas nada correu como previa. A polícia acabou por detê-lo e passar o caso para a Unidade de Proteção Familiar e da Mulher. A partir daí, o homem teve de comparecer a tribunal.

A juíza responsável pelo caso destacou que o agressor “de maneira pública e notória, diante milhares de pessoas, agrediu a sua esposa com a intenção de a maltratar e humilhar em público”. Além desse ocorrido, a juíza teve em conta a vítima ter confessado, numa esquadra, o facto de, por duas vezes, já ter sido agredida pelo marido, antes do incidente que foi gravado em direto.

A magistrada explicou na sua sentença que, apesar de inicialmente não ter existido nenhuma queixa por parte da vítima, neste tipo de crimes não é necessário que as afetadas o expressem judicialmente. “O simples facto de ter sido visto em direto é suficiente para exercer proteção sobre a vítima, independentemente de ela se reconhece como uma”, defendeu a juíza, ignorando as justificações iniciais da vítima.

O tribunal defende que o agressor “merece a condenação penal máxima que a lei consegue aplicar” porque demonstrou “não ser capaz de respeitar a sua esposa, ou o público”.

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