«Costumo dizer que estou morrido para a política activa» - TVI

«Costumo dizer que estou morrido para a política activa»

Nobre Guedes - Foto Lusa

Ex-dirigente do CDS-PP, Nobre Guedes, defende que militantes devem «conformar-se» com escolha de Portas para as europeias

O ex-dirigente do CDS-PP Luís Nobre Guedes defendeu esta segunda-feira que os militantes devem «conformar-se» com a escolha de Paulo Portas para a lista ao Parlamento Europeu e defendeu que «não é tempo para abrir divisões ou críticas».

«Quem manda e conduz a seu bel-prazer conforme acha melhor é a direcção eleita em Congresso. A poucos meses das eleições, não é adequado, é um erro abrir divisões ou críticas sobre decisões que estão tomadas», afirmou Nobre Guedes, em declarações à Lusa.

O líder do CDS-PP, Paulo Portas, decidiu candidatar os deputados Nuno Melo, Diogo Feio e Teresa Caeiro nos primeiros lugares da lista às eleições europeias, excluindo Ribeiro e Castro, que já se tinha manifestado disponível para continuar.

Escolha no CDS-PP «não me espanta minimamente»

No final do Conselho Nacional de quarta-feira passada, o líder democrata-cristão disse que a escolha foi feita em nome da renovação e por ser tempo «de outra geração».

A decisão, que foi aprovada por esmagadora maioria dos votos, foi criticada pelo ex-dirigente Martim Borges de Freitas, que abandonou a reunião e demitiu-se do cargo de conselheiro nacional «em solidariedade» com Ribeiro e Castro.

Oportunidade perdida

Também o conselheiro nacional Filipe Anacoreta Correia considerou que a opção de Portas «perdeu a oportunidade» para promover a reconciliação do partido.

Já no sábado, em declarações à TSF, Nobre Guedes defendeu que «quer a direcção do partido, quer as listas eleitorais, deviam sempre reflectir» sobre a necessidade de «renovação, reconciliação e credibilidade».

Escolha está feita

«Podemos ter opiniões diferentes opiniões sobre esses conceitos mas pessoalmente acho que não é altura de os expressar. A escolha está feita e devemo-nos conformar uma vez que é um facto consumado», afirmou esta segunda-feira à Lusa o ex-dirigente.

Nobre Guedes, que foi eleito eurodeputado em 1994 e renunciou ao mandato, assinalou ainda que «foi a primeira vez» que não foi contactado pela direcção do partido para integrar as listas ao Parlamento Europeu.

O ex-vice-presidente, que não participou no último congresso partidário por não ter reunido os votos necessários dos militantes de Lisboa, assinalou ainda que estará disponível, «se a direcção quiser», para «participar, aqui ou ali» na campanha eleitoral.

«Costumo dizer que estou "morrido" para a política activa, mas se a direcção quiser e se isso não afectar os meus compromissos profissionais, poderei participar aqui ou ali», disse.
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