«Deve ter sido assim que foi feito o Orçamento pelos assessores a jogar ao peixinho no Magalhães»

«Eu imagino o ar entalado do ministro dos Negócios Estrangeiros [...] ao ver o que se estava a passar, ao ver o seu primeiro-ministro a fazer de vendedor de cobertores, como se estivesse numa feira manhosa, promovendo o verdadeiro computador ibero-americano», afirma Pacheco Pereira num artigo de opinião publicado pelo jornal Público, acerca da cimeira Ibero-Americana.

«Eu tinha vergonha de estar lá e ouvir um primeiro-ministro de Portugal a dizer que os seus assessores não precisavam de outro computador para trabalhar a não ser o Magalhães, concebido para as crianças do ensino básico, o que implica que devem passar o dia a soletrar a tabuada com carneirinhos e florzinhas a voar no ecrã. Deve ter sido assim que foi feito o Orçamento pelos assessores, a jogar ao peixinho no Magalhães, até que uma mão invisível saindo da sombra, certamente com um Dell ou um Sony Vayo ou um MacBook Air ou um qualquer computador muito a sério, lá escreveu a anónima alteração à lei do financiamento partidário. Essa não foi certamente feita num Magalhães. É que, se fosse verdade que os pobres assessores tivessem de laborar nos seus gabinetes de Magalhães à frente, o que obviamente não é verdade, isso diria muito sobre o infantilismo de toda esta conversa».