CIA: parlamentares americanos querem investigação

Cerca de duas dezenas de parlamentares estaduais exortaram o procurador-geral a investigar se uma companhia da Carolina do Norte providenciou aviões para a CIA transportar suspeitos de terrorismo para países onde podiam ser torturados, escreve a Lusa.

O Governo norte-americano tem dito pouco sobre como pôs em prática a «rendição extraordinária» - ao que se supõe um programa secreto da CIA para deter suspeitos de terrorismo e enviá-los para terceiros países, incluindo aqueles que praticam a tortura - para interrogatórios sem aprovação dos tribunais.

Os 22 parlamentares que assinaram uma carta enviada ao procurador-geral Roy Cooper e ao Gabinete de Investigação do Estado pedem uma investigação a «alegações credíveis de que a Aero Contractors conspirou para cometer crimes federais», de acordo com uma cópia providenciada pelo grupo de advogados Stop Torture Now. Aero Contractors negou as alegações, que foram noticiadas o ano passado no programa «60 Minutos» da cadeia de televisão CBS e no jornal New York Times.

A companhia, que providencia aviões e pilotos para voos charter, tem instalações alugadas no Aeroporto Johnston County desde 1979.

Uma porta-voz de Cooper disse que o seu gabinete tinha recebido a carta e que a iria analisar.

Em Outubro, a directora do Gabinete de Investigação do Estado (SBI), Robin Pendergraft, declinou um pedido semelhante feito por 12 parlamentares, afirmando que o assunto não cabia na jurisdição do Gabinete, de acordo com o grupo de advogados. Na sua resposta, Pendergraft adiantou que partilhou a carta dos parlamentares com o FBI (polícia Federal).

«Em suma, estamos muito preocupados com a falta de vontade do SBI de investigar o alegado envolvimento de uma empresa da Carolina do Norte numa conspiração para apoiar o rapto e tortura de indivíduos, escrevem os parlamentares. «Esperamos que dê instruções ao SBI para iniciar uma investigação das acções da Aero Contractors», adiantam os parlamentares.

Catorze manifestantes ligados ao Stop Torture Now foram detidos na Carolina do Norte em Novembro de 2005, e condenados por ofensas.