E.Amadora-Farense, 1-2 (crónica) - TVI

E.Amadora-Farense, 1-2 (crónica)

Convite aos algarvios em segunda parte de pesadelo O Estrela entregou de mão beijada a vitória ao Farense, com uma segunda parte aterradora, em que insistiu que Hassan marcasse. O marroquino não quis ser mal-educado e aproveitou.

A segunda parte do Estrela foi um autêntico convite à vitória do Farense. Os algarvios ainda revelaram alguma modéstia perante tamanha generosidade, mas caramba!, depois de tanta insistência até era rude não aceitar. 

Raul Oliveira andou 45 minutos com uma bandeja de prata na mão a oferecer a Hassan oportunidades atrás de oportunidades para resolver o jogo. O marroquino, aos 66 minutos, fez o segundo golo do encontro e, perante o então acertado esquema defensivo farense e a incapacidade criativa do meio-campo e ataque do Estrela, desenhou a vitória final. 

A segunda parte do Estrela foi para esquecer, mas a equipa da casa esteve perto de chegar ao intervalo a ganhar, embora no último minuto da primeira parte os algarvios tivessem devolvido justiça ao marcador. 

Manuel Balela, treinador do Farense, abdicou do 4x3x3 que tem utilizado sempre para reforçar o centro da defesa, criando superioridade numérica face à presença de Gaúcho I e Cadete. Mas Paulo Sérgio, Porto e Herrera demoraram algum tempo a entender-se e a defensiva farense foi bastante frágil na primeira meia-hora. 

Apesar disso, foi a equipa visitante que entrou melhor, que fez os primeiros remates e que dispôs da primeira grande ocasião para marcar. O cabeceamento de Carlos Fernandes aos 8 minutos, no entanto, terminou nas mãos de Tiago, e 14 minutos mais tarde Gaúcho I não falhou. 

Um golo perfeito 

Foi a primeira grande oportunidade do Estrela da Amadora e uma das raras situações em que saiu tudo bem - a rapidez de Gaúcho I no contra-ataque, o passe de Pedro Simões, a finalização do brasileiro, que sentou Porto e passou a bola por baixo das pernas do guarda-redes Raul Iglésias. 

A vencer, o Estrela começou a dominar, a ganhar confiança, e congelou nos últimos 15 minutos do primeiro tempo um encontro que até aí estava a ser bastante movimentado, ainda que não muito bem jogado. 

Só que no último minuto do primeiro tempo o Farense empatou. O cabeceamento de Carlos Costa ao segundo poste sai à trave, mas a recarga fica junto à linha de baliza e Hassan aproveita a atrapalhação de Lázaro para mandar tudo igual para o balneário. 

Segunda parte de pesadelo 

Começou aí o pesadelo da equipa da casa. No segundo tempo o meio-campo do Farense ganhou confiança e Vítor Manuel, Carlos Costa e Besirovic começaram a controlar o jogo. O Estrela ainda esteve perto do 2-1, depois de um canto em que Raul Oliveira cabeceia ao segundo poste mas Vítor Manuel afasta sobre a linha, mas nessa altura já a intranquilidade dos amadorenses era evidente. 

Aos 66 minutos, enfim, o Farense aproveitou o convite do Estrela. Hassan lançou na direita Toni, que chegou à linha para cruzar. O mesmo Hassan acompanhou a jogada e chegou à área. Raul Oliveira, que marcava o ponta-de-lança, ficou a ver - deu-lhe dois metros de distância e ainda o ajudou a dominar o cruzamento. Depois disso, o marroquino só teve de desviar a bola de Tiago. 

Já não havia maneira dos amadorenses acordarem a tempo do pesadelo - o sono era demasiado profundo, tudo corria mal. A defesa não marcava, atrapalhava-se, o ataque era inoperante, apesar da entrada esforçada de Semedo, o meio-campo não criava desequilíbrios. Só por uma vez o Estrela se aproximou com perigo da baliza contrária - numa jogada muito parecida com o golo de Gaúcho I. Desta vez o passe foi de Sérgio Marquês, desta vez Raul Iglésias fechou as pernas antes que o remate do avançado brasileiro passasse. 

Até final o jogo foi uma sucessão de maldades do contra-ataque farense, que desaproveitou espaços e ocasiões, apesar de várias movimentações interessantes, e uma aflitiva incapacidade do Estrela de mudar o estado de coisas. Depois de tantas ofertas que teve na segunda parte, seria crime o Farense sair da Reboleira sem os três pontos.

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