Euro 1984
O nosso último artigo sobre as camisolas icónicas dos Euros iniciava-se com a camisola utilizada por Platini no Euro 1984 e de má memória para Portugal e, mais uma vez, vamos começar por esta edição do campeonato da Europa, a primeira em que Portugal esteve presente e, na sua estreia, chegou às meias-finais.
Se hoje a Nike é a patrocinadora e fabricante das vestes dos jogadores nacionais, na estreia era a sua rival: a também gigante do têxtil desportivo Adidas. A camisola principal era vermelha com linhas diagonais brancas e ombreiras verdes e brancas com as tradicionais três riscas que são a assinatura da marca alemã. Já na camisola alternativa imperava o branco, as diagonais eram vermelhas, tal como as ombreiras compostas apenas por três riscas vermelhas. Jordão, Chalana, Bibota e Bento foram alguns dos nomes que vestiram esta camisola.
Euro 1996
Novo Euro, nova camisola e novo fabricante. Em 1996, Portugal surge no campeonato da Europa com o patrocínio da Olympic, marca agora praticamente desconhecida. Os dois equipamentos nacionais eram exatamente iguais com a exceção da cor predominante, que na camisola principal era o vermelho e na alternativa o branco.
As camisolas destacam-se por terem uma espécie de sombreado de uma esfera armilar descentrada para a direita de quem a veste. Já a camisola de guarda-redes - como se pode ver na imagem seguinte - tinha uma estrela de cinco pontas centrada como se pode ver o abdómen de Vítor Baía, porquê? Pois, ninguém sabe muito bem, mas talvez tenha sido uma tentativa de uma alusão à bandeira da União Europeia, uma vez que Portugal assinalava neste ano o 10.º aniversário da adesão. Luís Figo, Rui Costa, João Pinto e Fernando Couto foram alguns dos que vestiram esta camisola.
Euro 2000
Este é talvez o equipamento mais marcante da seleção nacional, o vermelho deu lugar a um tipo de bordô na camisola e nas meias, sendo que os calções mantiveram o verde. E é também aqui que a Nike é introduzida como patrocinadora até aos dias de hoje. Foi com este equipamento que o país viu a bola bater na mão de Abel Xavier dentro da área de Vítor Baía, na meia-final frente à França e a consequente eliminação do Euro 2000.
Pela segunda vez, Portugal foi incapaz de ultrapassar a França numa meia-final de um campeonato da Europa. Gritámos, chorámos e rugámos pragas a Abel Xavier, faz lembrar o que aconteceu com António Silva após a derrota com a Geórgia, mas, como lembrou Palhinha: "Já aconteceu a todos". Com esta camisola vestida brilharam nomes como Luís Figo, Rui Costa, Jorge Costa, Nuno Gomes ou Paulo Bento.
Euro 2004
Chegávamos a 2004 e Portugal era pela primeira vez a seleção anfitriã de um Euro. Uma altura em que as mais recentes chuteiras da Nike - as Total 90 que podem ser vistas nos pés de Luís Figo na imagem abaixo - e como em equipa que ganha não se mexe, a fabricante passou o mesmo círculo presente nas chuteiras para praticamente todos os equipamentos que produzia.
Esta camisola foi uma montanha russa de emoções e o final todos o conhecemos. Cristiano Ronaldo fez o seu primeiro campeonato da Europa com esta menina e sorriu, festejou, saltou, chorou, marcou de cabeça, de penálti, enfim vimos aqui em tudo o que se iria tornar e, no fim, a epifania cumpriu-se.
Além do então camisola 17, jogaram com esta camisola Pauleta, Ricardo Carvalho, Deco, Maniche, Costinha, Luís Figo, Miguel, entre muitos outros.
Esta foi a camisola eternizada no famoso anúncio da Nike com as seleções de Portugal e Brasil.
Euro 2008
Na ressaca da derrota na final na edição em casa, Portugal surge no Euro 2008 com um equipamento diferente: os calções verdes desapareceram e agora o vermelho impera. Camisola vermelha, calções vermelhos e meias vermelhas. O equipamento alternativo voltou a ser branco e até semelhante ao de 1984, mas sem linhas horizontais.
Portugal acabou por ser eliminado pela Alemanha nos quartos de final. Cristiano Ronaldo, Pepe, Nuno Gomes, Simão Sabrosa e Deco foram alguns dos que vestiram esta camisola.
Euro 2012
Novo Euro, mas Nike sem inspiração. Camisola muito idêntica à de 2008, mas os números em vez de serem dourados passaram a ser brancos. A camisola alternativa era diferenciadora com o branco como cor predominante e uma cruz metade verde e metade vermelha centrada.
Portugal acabou por fazer uma boa caminhada, mas a sina foi a mesma do passado: tombou nas meias-finais pela terceira vez. Desta feita, frente à poderosa Espanha, que também acabou por levar o caneco.
Euro 2016
Equipamento mantém-se semelhante, sendo que a única exceção, em relação a 2012, são mesmo as meias que passaram a ser verdes. A camisola alternativa passou a ser verde água pela primeira vez. Estes são os equipamentos mais bonitos, originais, lindos e todos os outros adjetivos positivos que se lembre, porquê? Pela primeira vez, Portugal não caiu na meia-final e vingou-se das duas derrotas com França, vingou-se Jordão, vingou-se Chalana e vingou-se a mão do pobre Abel Xavier. Por isso, este é o manto de todos mantos.
Esta camisola foi usada por Éder e todos os outros que ainda nos lembramos.
Euro 2020
Nike volta a trocar a cor dos calções e das meias entre si. Nesta edição do Europeu, o destaque vai mesmo para o alternativo de que poucos desgostaram. Também ninguém ficou a morrer de amores é certo, mas era algo diferente e isso já é bom. Acabámos eliminados por uma Bélgica claramente ao alcance de Portugal, nos oitavos de final, o que também não deu particular encanto a estas peças.
Euro 2024
Em geral, esta camisola na fase de grupos correu bem: dois jogos e estava garantido o primeiro lugar. Olhemos para a derrota com a Geórgia como um ato para irritar o primeiro-ministro húngaro Viktor Órban que tentou bloquear o pacote de ajuda europeia à Ucrânia - com a vitória da Geórgia a Hungria ficou fora dos oitavos - ou um desaire estratégico para não sermos considerados favoritos.
A Nike manteve a camisola vermelha com o número à direita e os calções verdes. A grande novidade surgiu no equipamento alternativo que foi inspirado nos tradicionais azulejos portugueses e que pode dividir opiniões: quem gosta parece gostar muito, quem não gosta parece ser o inverso.