Euro 2024: Espanha-Geórgia, 4-1 (crónica) - TVI

Euro 2024: Espanha-Geórgia, 4-1 (crónica)

Avalanche vermelha empurra sonho para fora do Europeu

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Na antecedência desta partida dos «oitavos» do Euro 2024, esperava-se um «David contra Golias» versão Europeu. Uma Espanha inicialmente favorita, três vitórias na fase de grupos, cinco golos marcados e nenhum sofrido. Enquanto do outro lado uma Geórgia em euforia, estreia no Europeu e numa fase a eliminar, com a moral em alta depois da vitória contra Portugal. 

E o que se viu foi uma total avalanche vermelha! Tal como tem habituado os espectadores ao longo deste Campeonato da Europa, a Espanha não deixou a Geórgia jogar. Bola, bola e bola, mas sempre nos pés dos espanhóis. Uma espécie de massacre que se deu em Colónia, mas, para tristeza dos espanhóis, sem golo. Já eram cinco cantos em 12 minutos, várias defesas de Mamardashvili e o jogo parecia ter apenas um único e simples rumo: a baliza da Geórgia. 

Mas o futebol não é linear e é isso que torna este desporto tão bonito. A Geórgia agarrou na bola, com pouco menos de 40 passes até aos 20 minutos, Mikautadze passou pelo meio-campo da Espanha, com estranha facilidade, colocou a bola em Kakabadze, que a cruzou para a área. Lá, estava Kvaratskhelia a aparecer, mas… Le Normand fez o papel de ponta de lança e acabou por marcar o 1-0. Histórico para a Geórgia e aí estava o primeiro golo sofrido da «La Roja» neste Europeu.

Mesmo com o golo sofrido, via-se uma clara superioridade da Espanha ao longo da primeira parte. A Geórgia ia tentando sair em ataque rápido (e bastante rápido, diga-se), mas no último terço, na altura da finalização, que deveria ser clínica, as decisões acabaram por não ser as melhores. 

Apesar de um sonho da seleção sensação, a Espanha não se importou e, aos pés de Rodri, fez uma nação toda cair de joelhos. O médio espanhol, à entrada da área, colocou a bola em Nico Williams, que a devolveu sem cerimónia, remate potente e rasteiro do médio do Man. City e Mamardashvili não conseguiu salvar desta vez. 

Ao intervalo as diferenças estatísticas eram completamente distintas. 73 por cento de posse de bola, cerca de 50 ataques e nove (!) cantos para a Espanha. Do outro lado, a Geórgia tinha apenas quatro ataques, um canto e 27 por cento de posse de bola.

Começa a segunda parte e dois lances de perigo para a Geórgia, com um deles a surgir dos pés de «Kvaradona», que encontrou Unai Simón adiantado e tentou um golo olímpico, mas vento ou um remate menos colocado não permitiram o 2-1 para a Geórgia.

E foi isso que a Espanha aproveitou. O minuto era o 51 e estava feita a «La Remontada». Belo cruzamento de Lamine Yamal e Fabián Ruiz só teve de encostar, depois de se desmarcar e ficar sozinho na cara do guarda-redes.

O jogo continuou e com ele o poderio espanhol, e a Geórgia, apesar de não desistir, pouco conseguia fazer. A um quarto de hora do fim surgiu o 3-1. Fabián Ruiz, que tem feito um Europeu incrível, colocou uma bola longa na velocidade de Nico Williams. O extremo espanhol avança, tira Gvelesiani e remata para o fundo das redes. O quarto tento da Espanha surgiu dos pés de Olmo, que recebeu um passe de Oyarzabal e com o pé esquerdo colocou o esférico no canto inferior da baliza. O que Portugal não conseguiu, a Espanha fê-lo facilmente.

Apito final e a Espanha está nos «quartos» sem muita complicação. Nove golos marcados, um sofrido e têm agora uma Alemanha pela frente, uma espécie de uma final antecipada. E que jogão vai ser, tal como todos os da Espanha até agora.

A figura: o «torpedo» Nico Williams

Os dois extremos espanhóis são um pesadelo para qualquer defesa. Mas neste jogo o destaque vai para Nico Williams. O remate para o 3-1 e a assistência para o primeiro golo, que serviu para desbloquear o resultado, fecharam uma excelente exibição do extremo de 21 anos. 

O momento: o golo da Geórgia

Pode não ter servido de muito para o resultado final, mas o auto-golo de Le Normand mostra a beleza do futebol. Contra-ataque exímio da Geórgia, Kakabadze cruza para a área e o defesa espanhol coloca a bola na própria baliza. Uma seleção sensação, que nunca tinha estado num Europeu, quanto mais nos «oitavos» e conseguiu estar à frente da poderosa Espanha, uma das principais candidatas ao título.

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