Segundo aquela entidade internacional, o facto de o plano focar as medidas de contenção da despesa no médio prazo é «apropriado», mas «medidas adicionais podem ser necessárias para trazer o défice abaixo dos 3% até 2008».
Diz o Fundo que as previsões de crescimento inscritas na actualização do Programa de Estabilidade e Crescimento para 2007-2009 «parecem ser optimistas». No entanto, as projecções da missão do FMI que estudou a situação portuguesa, «que apontam para uma aceleração do crescimento até uma taxa de 2% em 2008», indicam que medidas adicionais na ordem dos 0,75% do PIB seriam necessários para reduzir o défice para menos de 3% nesse ano. «Se tais medidas forem efectivamente necessárias, devem continuar a focar-se na despesa, para preservar o enfoque na estratégia orçamental».
Riscos devem ser monitorizados
O FMI aconselha ainda as autoridades portuguesas (Governo) a «agirem rapidamente no sentido de clarificar os detalhes do plano de contenção para 2006 e no médio prazo e a implementar as reformas implícitas, maximizando assim a credibilidade do programa».
A economia portuguesa está ainda a debater-se com a depressão que se seguiu ao boom impulsionado pela União Monetária, e enfrenta um ambiente «extremamente difícil», pelo que a retoma deverá ser apenas gradual. «Neste contexto desfavorável, o desafio para as autoridades é criar condições para recomeçar a convergência do rendimento per capita o mais cedo possível».
E alerta que o plano para envolver a iniciativa privada no investimento em infra-estruturas é bem-vindo mas os riscos devem ser cuidadosamente monitorizados.
FMI diz que Portugal precisa de medidas adicionais para reduzir défice
- Redação
- PGM
- 15 jul 2005, 16:12
O Fundo Monetário Internacional (FMI) diz que as medidas anunciadas pelo Governo no âmbito do plano de consolidação orçamental podem não ser suficientes para colocar o défice orçamental português abaixo dos 3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2008.
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