EDP mais dependente de plano energético que de resultados semestrais - TVI

EDP mais dependente de plano energético que de resultados semestrais

  • Alexandra Ferreira
  • 26 jul 2005, 17:34
EDP

Os resultados líquidos da EDP referentes aos primeiros seis meses do ano deverão subir cerca de 32% em relação a igual período de 2004, mas a margem EBITDA deverá contrair 5%. Quem o diz é o Banif Investimento, dois dias antes da eléctrica nacional apresentar as suas contas, no próximo dia 28 de Julho.

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A diminuição da margem deve-se, segundo a instituição financeira, à degradação do negócio doméstico da geração, mas os resultados deverão demonstrar que este factor negativo foi «mais do que compensado» pela total consolidação da Hindrocantábrico e pelo sucesso da operação no Brasil.

Para a casa de investimento, a eléctrica nacional partilha dos mesmos prós e contras do sector espanhol e, por isso, os seus títulos estão demasiado descontados. Neste sentido, o Banif Investimento mantém a sua recomendação para comprar e a sua estimativa de comportamento positivo a curto prazo.

Segundo instituição, a EDP «padece dos mesmos males que as homólogas espanholas»: regulações voláteis, ainda que apenas 20% da sua EBITDA e 19% do seu equity value venham de Espanha.

Mas, acrescenta o Banif Investimento, a eléctrica nacional também beneficia de aspectos comuns às empresas espanholas do sector, nomeadamente, perspectivas saudáveis de crescimento dos lucros.

Mas esta não é a opinião de todos os analistas, nomeadamente a Caixa Banco Investimento e o Banco de Investimento global que afirmam não esperarem grandes surpresas relativamente às contas da eléctrica para os primeiros seis meses do ano.

Segundo a Caixa Banco Investimento, «o consumo tem crescido bem, por isso espera-se um bom desempenho do negócio da geração» e, além disso, acrescenta a analista, «o Hidrocantábrico e Brasil também estão a recupera», mas, em termos globais, diz, «não há grande surpresa relativamente ao ano anterior».

Nuno Matas, analista do banco de Investimento Global, não partilha da mesma opinião relativamente ao negócio da geração.

«No negócio da geração não prevemos que os resultados sejam muito bons por dois factores essenciais: a produção hídrica foi bastante fraca, tendo em conta que é a forma de produção mais barata» e acrescenta que «terá que ter sido compensada pela produção termoeléctrica e, tendo em conta que os preços das matérias primas subiram ¿ o crude e o fuel que são os principais combustíveis das centrais termoeléctricas - haverá na parte da geração uma performance mais pressionada»

Mercado aguarda perspectivas para o sector

Mas numa coisa, os três analistas falam a uma voz: a expectativa em torno do Plano de Reestruturação do Sector Energético, cujas linhas orientadoras começaram a ser discutidas no Parlamento no início do mês.

Segundo Carla Rebelo, analista do Banif Investimento, «a EDP vai enfrentar uma revisão por parte do regulador do sector, em termos do negócio da distribuição», enquanto «a novela interminável da reestruturação do sector energético continua por resolver, sem serem conhecidos grandes desenvolvimentos».

Nuno Matias alinha com a analista e diz que «em termos globais, não creio que vão haver grandes surpresas. Mais importante será observar quais serão as perspectivas para o sector, depois do negócio do gás da Galp ter sido chumbado pela Comissão Europeia e por alguma expectativa relativamente ao Mibel que foi novamente adiado».

Os títulos da EDP seguem a valer 2,12 euros, a ganhar 0,95%, animados pela recomendação positiva da casa internacional JP Morgan que ontem aumentou o rating da eléctrica.
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