Furacão: crianças desenham a dor

Viver uma guerra ou um desastre natural na primeira pessoa não é fácil. E se para os adultos as palavras são mais fáceis, para as crianças o método para lidar com a dor pode ser outro. O Museu da Cidade, em Lisboa, tem em exposição, até ao dia 29 de Outubro, um conjunto de desenhos feitos por crianças que sobreviveram ao furacão Katrina: uma forma de superar o trauma.

«As crianças nem sempre conseguem falar, com os adultos, sobre a dor e a revolta que sentem em relação ao que viveram. E arte surge aqui como uma forma de expressão de emoções», explica ao PortugalDiário Francisco Silva Santos, advogado e representante da International Child Art Foundation (ICAF), em Portugal.

«A arte surge como um meio complementar de terapia para crianças e jovens que vivem na pele a guerra ou a tragédia de um desastre natural», defende um dos organizadores da iniciativa que chegou agora a Lisboa. «Temos 48 obras na exposição. Há 36 desenhos sobre o que as crianças sentiram logo após o furacão. Depois temos nove desenhos em que foi pedido "aos artistas" que representassem um lugar seguro e três desenhos que as crianças quiseram fazer para os meninos do Paquistão, como mensagem de esperança, após o terramoto».

A exposição é promovida em parceria pela Câmara Municipal de Lisboa, a International Child Art Foundation e a sociedade de advogados Miranda Correia Amendoeira & Associados. Francisco Silva Santos conheceu, em Março deste ano, o criador da ICAF e daí a tornar-se o seu "representante" em Portugal não passou muito tempo.

A ICAF nasceu em 1997, mas o seu trabalho tornou-se mais conhecido após os atentados do 11 de Setembro, em Nova Iorque e após o Tsunami de 2004. A organização dedica-se a ajudar os mais novos a ultrapassarem momentos difíceis, através da arte.

O PortugalDiário deixa-lhe uma pequena amostra do que pode ver nesta exposição. Veja as fotos.