Qimonda: trabalhadores têm medo de perder emprego - TVI

Qimonda: trabalhadores têm medo de perder emprego

Trabalho

Em Portugal é responsável por cerca de 5% do PIB

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Os trabalhadores da Qimonda, em Dresden, oscilam entre a esperança de poder manter os postos de trabalho e o receio de que a empresa tenha de encerrar, após a declaração de falência.

À hora da mudança de turno de Domingo à noite, das dezenas de trabalhadores convidados a pronunciar-se sobre o futuro do único fabricante europeu de semicondutores, só três quiseram falar, e a grande maioria preferiu remeter-se a um silêncio que não deixou de ser significativo, escreve a Lusa.

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Uma operadora da Qimonda que não quis revelar o nome, depois de alguma insistência, aceitou dizer o que pensava sobre o futuro da empresa, que em Dresden emprega cerca de 3.200 pessoas.

«Espero que haja um desfecho positivo e que eu possa manter o meu posto de trabalho», disse.

Convidada a comentar o trabalho do gestor judicial, Michael Jaffé, que hoje está em Portugal para contacto com representantes do Governo português e com os trabalhadores da fábrica da Qimonda de Vila do Conde, a jovem funcionária continuou a mostrar-se optimista, sem esconder, porém, que também a assaltam receios de perder o emprego.

«Acredito no trabalho que o senhor Jaffé está a fazer, mas admito que não me resta mais nada do que ter esperança», disse ainda, antes de entrar nas instalações da Qimonda.

Fábrica emprega 12 mil pessoas a nível mundial

Já o seu colega Steffen Engelmann, há 10 anos a trabalhar na Qimonda, desde que a empresa foi criada, em resultado da separação da Infineon, em 1999, pôs a tónica na urgência de encontrar um investidor para salvar a empresa.

«Espero que consigam encontrar um investidor e acho que isso é possível, porque confio no que disse Jaffé. Acho que temos uma boa tecnologia para vender», disse o engenheiro de 36 anos.

A sua opinião não é partilhada, no entanto, por muitos outros colegas, que acham que a Qimonda pode ter mesmo de encerrar.

«Alguns acham que já não temos hipóteses e outros, como eu, esperam que ainda haja uma solução. Acho que quanto a isso estamos claramente divididos», disse ainda Engelmann.

Recorde-se que a Qimonda, que emprega 12 mil pessoas a nível mundial, declarou falência a 23 de Janeiro, depois de fracassada a tentativa de obter um financiamento suplementar de cerca de 300 milhões de Euros.
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