Davos: Grécia queixa-se de rumores e Espanha pede fé - TVI

Davos: Grécia queixa-se de rumores e Espanha pede fé

Zapatero

Países aproveitam para tentar reconquistar confiança dos mercados financeiros

O Fórum Económico Mundial, reunido em Davos, tem servido para que vários países deitem água na fervura que tem aquecido os mercados de dívida pública.

A Grécia, por exemplo, queixou-se de estar a ser vítima de rumores, que estão a penalizar a avaliação da sua dívida. O primeiro-ministro grego, George Papandreou, voltou a garantir que o país não está à procura de empréstimos.

A Grécia não pediu ajuda financeira à França ou à Alemanha, garantiu George Papandreou numa entrevista concedida hoje no Fórum Económico Mundial. «Estamos totalmente de acordo de que precisamos de pôr a nossa casa em ordem», disse, assegurando não ter pedido qualquer ajuda à França ou Alemanha, como chegou a circular nos mercados financeiros.

Também a Espanha tem visto o risco da sua dívida subir. Tal como Portugal e Itália, o país vizinho tem sido arrastado pela situação grega e viu o custo do endividamento aumentar. O primeiro-ministro espanhol, José Luiz Zapatero, aproveitou por isso para pedir alguma confiança aos investidores. «Somos um país sério e vamos cumprir os nossos compromissos», garantiu.

Entre as promessas a cumprir está a redução do défice orçamental para 3% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2013. Para o conseguir, Zapatero anunciou um novo programa de austeridade, a ser aprovado no próximo conselho de ministros e que prevê cortes nos gastos correntes e com pessoal e também no investimento público. Espanha vai ainda avançar com reformas na área do Trabalho e da Segurança Social. O pacote está avaliado em 50 mil milhões de euros.

No mesmo dia em que Grécia e Espanha tentam cativar a confiança dos mercados, o ministro das Finanças português optou por atacar as agências de rating, que avaliam o risco da dívida. Teixeira dos Santos disse, num encontro com administradores de empresas, que muitos dos problemas recentes que as economias enfrentam foram causadas por erros de avaliação das agências de rating e que estas «servem interesses comerciais».

Mais do que isso, Teixeira dos Santos considerou irónico que as agências que há um ano «clamavam» pela intervenção dos governos para impedir o colapso da economia sejam as mesmas que pedem agora que os governos reduzam rapidamente os seus défices.
Continue a ler esta notícia