«Itália será o adversário mais difícil», diz Lemerre - TVI

«Itália será o adversário mais difícil», diz Lemerre

Seleccionador francês salienta virtudes italianas Roger Lemerre não tem dúvidas: a Itália será o adversário mais difícil do Euro-2000. Franceses e italianos discutem no domingo, a partir das 19 horas, quem substitui a Alemanha como Campeã da Europa.

ROTERDÃO-A eventual ausência de Emmanuel Petit, com febre, é a principal dor de cabeça de Roger Lemerre para a final de amanhã. O seleccionador francês deu ontem a última conferência de imprensa, no estádio do Feyenoord, antes do treino à porta fechada que os seus homens efectuaram no palco da final.  
 

Uma conferência marcada por declarações de profundo respeito para com a selecção italiana e para uma desvalorização do estatuto de favorita unanimente atribuído à França: «O favoritismo antes dos jogos é literatura. Somos campeões do mundo, todos nos atribuem a obrigação de ganhar os nossos jogos, mas esse estatuto não conta para preparar uma final. Os holandeses eram, se calhar, os grandes favoritos deste Europeu e isso não impediu que ficassem pelo caminho».  

Sobre os italianos, cuja concepção de futebol está nos antípodas dos franceses, Lemerre não hesitou em classificá-los como «o adversário mais difícil que vamos enfrentar neste Europeu. É uma equipa mentalmente forte, capaz de superar-se em circunstâncias difíceis, e que interpreta fielmente uma cultura de jogo que vem de há muitas gerações, segundo a qual, a vitória é o único objectivo».  

Sobre as críticas suscitadas pelo comportamento ultradefensivo dos italianos na competição, em especial no jogo com a Holanda, Roger Lemerre optou por um comentário realista: «Para eles, os resultados comandam tudo o resto. É uma filosofia que temos de respeitar, tanto mais que já lhes deu três títulos mundiais».

Aliás, Lemerre não hesitou em associar parte do sucesso francês à influêcia da escola italiana: «O nosso futebol só cresceu em termos de resultados quando os nossos melhores jogadores saíram para o estrangeiro, fundamentalmente para Itália. O hábito de ganhar é uma componente muito forte do estilo italiano, e a França beneficiou muito com essa influência». 

A possível reedição do encontro dos quartos-de-final do Mundial-98, no qual a França venceu no desempate por «penalties», não suscitou grandes angústias ao seleccionador dos «bleus», mesmo tendo em atenção a colossal demonstração de classe do guarda-redes Toldo: «Em relação ao jogo de há dois anos, os protagonistas são praticamente os mesmos. Se alguma coisa mudou foi o facto de a Itália ser capaz de vencer encontros importantes mesmo com dez jogadores. Mas não temos receio de um desempate por penalties, já prestámos as nossas provas a esse nível». 

A perspectiva de uma inédita «dobradinha» (Mundial e Europeu em dois anos) serviu de pretexto a Lemerre para valorizar a força mental dos seus jogadores: «Este grupo não teme qualquer desafio, por mais ambicioso que seja. Quando assumi o comando, tinha como único objectivo manter a solidez, coesão e eficácia do magnífico conjunto deixado por Jacquet. Tenho orgulho no nosso percurso até agora: a equipa continua a funcionar em bloco e está mais confiante do que nunca». E o exemplo suge de imediato: «Zidane está cada vez mais forte. A sua confiança fica bem demonstrada pela forma como marcou o «penalty» a Portugal. Ele consegue resistir a todas as pressões. E mesmo a perspectiva de uma marcação cerrada, por parte de jogadores que o conhecem bem, não vai alterar a sua maneira de jogar. O seu futebol tem momentos de magia!».

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