Suave veneno italiano (Itália-Suécia) - TVI

Suave veneno italiano (Itália-Suécia)

Vitória apoiada no contra-ataque Mesmo com oito jogadores normalmente suplentes, a Itália bateu uma Suécia que precisava de vencer para seguir em frente. Com o contra-ataque a funcionar em pleno.

Uma Itália de segunda linha - entre os titulares apenas três «habitués», Toldo, Maldini e Pessotto - chegou, ainda que não tenha propriamente sobrado, para derrotar uma Suécia voluntariosa mas demasiado exposta ao «sedativo» que os italianos tão bem sabem aplicar nos adversários. 

Com a tranquilidade própria de quem já estava nos quartos-de-final, a equipa de Zoff entrou disposta a manter o ritmo do jogo em níveis baixos. A serenidade, quando aliada à qualidade técnica, é bom antídoto contra a força. 

A Suécia teve momentos de grande intensidade atacante na primeira parte, mas à passagem da meia-hora começava a quebrar. Com o adversário já meio adormecido, a Itália aproveitou para lhe dar a primeira injecção de um veneno suave, que «mata» devagarinho: em cima do intervalo Di Biagio apareceu solto na área para responder de cabeça a um canto de Del Piero e colocou a «azurra» em vantagem. 

À entrada para o segundo tempo (já Maldini tinha sido rendido devido a aparente lesão) estava tudo como a Itália gosta. Um golo à maior e desespero psicológico do lado contrário compõem os cenários ideiais para o jogo de contenção e contra-ataque que marca o futebol transalpino. 

Com os italianos a jogarem cada vez mais devagar, a Suécia teve, a 15 minutos do final, um estertor. Larsson aproveitou com classe um passe de Andersson, só possível devido a um erro de palmatória de Di Biagio no meio-campo, e empatou. 

Aparentemente reanimados, os suecos soltaram-se durante dez minutos e criaram oportunidades para se colocarem na pele de vencedores. Só que a Itáia não voltou a facilitar lá atrás. Se faltavam os defesas, aparecia Toldo a evitar a violação da sua baliza com a classe que se lhe reconhece. 

Estava a Suécia ainda a aperceber-se de que não era dia de brilharete quando a Itália aplicou a segunda injecção, agora sim fatal, do veneno suave. O golo de Del Piero, sem causar dor, acabou com todas as esperanças e permitiu aos italianos o «pleno» na primeira fase. 

O português Vítor Pereira não teve problemas de maior para resolver e chegou ao final dos 90 minutos sem tirar cartões do bolso. O que normalmente é bom sinal. 
 

FICHA DO JOGO 

Itália, 2-Suécia, 1 

Phillipstadium, em Eindhoven (Holanda)

Árbitro: Vítor Pereira (Portugal) 

Itália: Toldo; Negro, Ferrara, Iuliano (Cannavaro, ao intervalo) e Maldini (Nesta, 42 m); Di Livio (Fiore, 64 m), Ambrosini, Di Biagio e Pessotto; Del Piero e Montella.

Treinador: Dino Zoff. 

Suécia: Hedman; Gustafsson, Patrick Andersson, Mellberg e Bjorklund; Mild, Ljungberg, Mjallby e Svensson; Henrik Larsson e Osmanovski.

Treinador: Tommy Soderberg. 

Ao intervalo: 1-0

Marcadores: Di Biagio (39 m), Del Piero (88 m); Henrik Larsson (77 m)

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