Estado não dará directrizes à CGD acerca do voto na AG do BCP - TVI

Estado não dará directrizes à CGD acerca do voto na AG do BCP

BCP

O Estado não dará directrizes à estatal Caixa Geral de Depósitos (CGD) quanto ao sentido de voto que deve ter na próxima Assembleia Geral (AG) do Millennium bcp.

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A garantia é dada pelo secretário de Estado do Tesouro e Finanças, Carlos Pina, em entrevista à «Reuters».

A 6 de Agosto, naquela AG, estarão em confronto duas visões distintas para o Millennium bcp, que espelham a divisão entre o o Chief Executive Officer (CEO), Paulo Teixeira Pinto, e «chairman» e fundador, Jorge Jardim Gonçalves.

O «chairman» e o CEO estão numa luta interna pelo poder e um grupo de accionistas, dados como apoiantes de Teixeira Pinto, propuseram substituir o actual Conselho Geral e Supervisão (CGS), presidido por Jardim Gonçalves, por um Conselho Fiscal.

Caso não haja esta alteração, este grupo propôs que cinco administradores, vistos como leais ao «chairman», sejam destituidos, permitindo ao CEO nomear novos executivos e ter a maioria dos membros do Conselho de Administração Executivo.

A CGD tem cerca de 2,4 por cento do Millennium bcp, que é o maior banco privado do país com uma quota média de cerca de 25 por cento.

«Essa é uma decisão (sentido de voto) que compete à CGD tomar e decidir como melhor achar, na AG. Tal como nunca o fez no passado, também aqui, o Governo não dará instruções ou directrizes à CGD», disse Carlos Pina.

Mas, adiantou que «isto não quer dizer que não haja uma articulação, um contacto estreito entre a Administração da Caixa e o seu accionista, o Estado».

«Como é, aliás, normal acontecer em qualquer empresa, e estranho seria se isso não sucedesse», adiantou.

Frisou que esta «é uma matéria entre os accionistas e cabe, em primeira linha, o acompanhamento da questão à Autoridade do sector que é o Banco de Portugal».

Lembrou que «a Lei prevê um poder de super-intendência do ministro das Finanças quanto ao sector financeiro em termos gerais e tem sido exercido pois tem havido contacto permanente com o BP, através do senhor governador».

«Mas, o Governo não se irá intrometer, nem tomar posição relativamente à discussão que está a ser travada, relativamente à qual é importante haver uma clarificação», adiantou.

«A confiar, e não temos razões para duvidar, na informação que tem sido veículada pela Imprensa, a questão tem sido muito posta na perspectiva de uma questão de poder dentro da instituição», referiu Carlos Pina.

Vincou que tal lhe parece, «porventura, a questão menos importante e o que haveria de clarificar era a estratégia que, cada uma das partes tem para o banco, que é o mais relevante e que mais conta para uma decisão dos accionistas, no dia 6».

«Gostaríamos que houvesse uma discussão em torno das ideias quanto à estratégia, mais do que em relação a questões puramente orgânicas ou de poder dentro da instituição, mas estou convencido que isso ocorrerá até ao dia 6 de Agosto», concluiu.
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