«Equipas mistas» para acabar com os traficantes - TVI

«Equipas mistas» para acabar com os traficantes

Dissimulavam a droga em fruta e alimentos

Director de combate à droga da PJ sugere mais trabalho com PSP e GNR

A falta de coordenação no combate ao tráfico de droga e a «confusão» nas competências de cada entidade policial é um do principais entraves a obtenção de melhores resultados na luta contra a droga, confessou ao PortugalDiário José Braz, director da Direcção Central de Investigação do Tráfico de Estupefacientes da Polícia Judiciária (DCITE).

Uma das soluções apontadas pelo responsável é a constituição de equipas conjuntas para dar resposta às situações em que o «tráfico médio e o tráfico pequeno se tocam», explica adiantando que «os níveis de articulação nesta área têm que ser superiores. A PSP ou GNR e a PJ podem ter equipas mistas que trabalhem em conjunto para intervir nas zonas cinzentas de intercepção entre os diferentes níveis de tráfico».

A PSP e a GNR são responsáveis pela prevenção, fiscalização e investigação do pequeno tráfico de droga. A PJ tem a seu cargo as investigações criminais do médio e grande tráfico. É na ligação entre estes diferentes níveis que é necessário trabalhar mais. Isto é, ligar o pequeno traficante de bairro ao distribuidor regional.

Isto porque «ir do consumidor, ou pequeno traficante, ao grande cabecilha da rede internacional é ainda um mito», explica o director.

Escutas e agentes infiltrados

A Judiciária utiliza vários métodos para apanhar as grandes redes de droga. Desde escutas, agentes infiltrados e entregas controladas. «A investigação ao tráfico de estupefacientes é provavelmente a área que utiliza mais escutas», adianta o director.

«Apesar de se saber que a polícia faz escutas os traficantes são pessoas como nós e como tal também não sabem viver sem o telemóvel», acrescenta. As escutas ajudam em muitas investigações, no entanto, nem sempre são utilizadas. «Cada organização é estudada de forma que seja utilizada a melhor ferramenta para as intercepções».

Em alguns casos são utilizados agentes infiltrados conforme a lei prevê, mas o director sustenta que na maioria dos casos essa não é a melhor solução. A troca de informações entre países e o trabalho de secretária são os passos mais importantes no combate a este crime.
Continue a ler esta notícia