Falta uma «verdadeira campanha» contra a obesidade

A obesidade é um problema de saúde que está a aumentar e que terá de ser combatido, nomeadamente com mais legislação e com uma verdadeira campanha, segundo uma especialista do hospital de Santa Maria em Lisboa, noticia a Lusa.

No decorrer do simpósio «Modificações do Estilo de Vida», inserido no I curso pós graduado «Obesidade, Diabetes, Dislipidemia e Hipertensão», a psicóloga Maria João Fagundes denunciou a falta de «uma verdadeira campanha contra a obesidade em Portugal».

De acordo com dados que foram esta terça-feira recordados, metade da população portuguesa sofre de excesso de peso e obesidade e, de acordo com um estudo recente, uma em cada três (32 por cento) crianças portuguesas entre os 7 e os 10 anos apresenta o mesmo problema.

A psicóloga defendeu uma campanha assente em informação e com cariz emocional, de forma a sensibilizar as pessoas.

«A comida está associada às emoções», referiu, adiantando que a campanha ideal deveria ser feita «sem medos» e se necessário com recurso a imagens esclarecedoras dos efeitos da doença.

Esta médica defendeu também alterações de legislação, mas «não no sentido proibicionista».

Estas alterações deveriam alterar as questões relacionadas com as máquinas de venda automática nas escolas e com as campanhas publicitárias em espaço infantil, de acordo com a mesma.

Maria João Fagundes referiu que muitas escolas já deixaram de ter essas máquinas, mas muitas outras mantêm-nas por ser uma fonte de rendimento.

Quanto à publicidade, ela deve ser mais restritiva junto das crianças e, em sentido geral, a rotulagem dos produtos deve ser melhorada, no que respeita à sua composição.

De acordo com um estudo recente, Portugal lidera a tabela dos países com menos índices de actividade física, com dois em cada três (66 por cento) dos inquiridos a dizerem que nunca praticaram qualquer desporto.