A «luz» que veio de Bruxelas e agravou a carga fiscal - TVI

A «luz» que veio de Bruxelas e agravou a carga fiscal

Depois da negação, a dura realidade. Só nos resta suster a respiração e esperar que passe

Uma medida correcta em termos de receita, o Governo arrisca arrecadar mais 1,2 mil milhões de euros, no espaço de um ano, com o aumento do IVA. Mas se em termos orçamentais, a subida do IVA cumpre a função, agravar a taxa de bens essenciais atinge cegamente os que vivem com mais dificuldades.

Análise ao pacote fiscal no TVI24 (vídeo)

A «luz» que veio de Bruxelas iluminou e obrigou o Governo a apertar nas medidas de austeridade. Com Espanha a seguir caminho ainda mais duro, com cortes de 5% nos salários da função pública, Portugal não podia andar muito longe.

É certo que há 10 dias, o primeiro-ministro negava ao Parlamento nacional qualquer aumento do IVA.

Mas era puro estado de negação - o fundo de emergência criado em Bruxelas tinha como contrapartida um pacote de medidas que levasse países endividados, como o nosso, a ganhar juizinho e credibilidade nos mercados.

Se estas medidas chegarem, podemos não cair na aspereza espanhola, mas nem assim o futuro luso é mais macio: temos licença para cortar, sem queixumes.

Afinal, o ataque dos mercados, que Portugal sofreu nas últimas semanas, não fazem do país uma inocente donzela: deitamo-nos na cama que fizemos depois de anos a gastar mais do que devíamos; enquanto tacticamente os políticos faziam contas... mas aos actos eleitorais.

E antes de pensar em crescimento, estratégias de longo prazo ou redução do desemprego, é preciso cortar no défice para regressar a uma frágil normalidade com margem para inspirar. Até lá, é suster a respiração e esperar que passe.

Análise ao pacote fiscal no TVI24 (vídeo)
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