"A Europa pode morrer." Macron quer "produzir mais" e "mais rápido" para evitar surpresas com a Rússia - TVI

"A Europa pode morrer." Macron quer "produzir mais" e "mais rápido" para evitar surpresas com a Rússia

Macron, Scholz e Draghi visitam Irpin, nos arredores de Kiev (EPA)

Cibersegurança, mais e melhor equipamento e novos laços defensivos são as propostas de um presidente que se assume cada vez mais como líder dos 27

O presidente francês não desarma. Emmanuel Macron continua com uma posição rígida em relação ao que está a acontecer na Ucrânia, assumindo-se cada vez mais com a vontade de que França seja líder na União Europeia, nomeadamente face à ameaça da Rússia, para a qual tanto tem alertado.

Esta quinta-feira, num discurso a partir da Universidade Sorbonne, em Paris, Macron afirmou que a Europa não deve tornar-se um vassalo dos Estados Unidos, até porque existem dúvidas quanto ao que farão os norte-americanos em termos de proteção mundial caso Donald Trump seja eleito.

“Há um risco de a Europa morrer. Não estamos equipados para enfrentar os riscos”, alertou, destacando que é preciso uma Europa mais forte e com defesas mais integradas, para que também continue a ser um líder mundial.

Num discurso de quase duas horas, Macron avisou que há pressões militares, económicas e de outras índoles que podem enfraquecer e fragmentar a União Europeia, que não deve permitir uma vitória russa na Ucrânia, sob pena de isso significar um avanço das tropas de Moscovo para outros cenários de guerra.

Para ajudar a evitar esse cenário, ou talvez até para se preparar para a sua eventualidade, o presidente francês quer uma Europa melhorada na ciberdefesa, mas também mais laços defensivos, nomeadamente após o Brexit, que ditou a saída do Reino Unido da União Europeia. Em paralelo, Macron defende também a criação de uma academia europeia para treinar militares que fiquem altamente preparados para cenários de guerra. Já o material de guerra, esse deve ser preferencialmente de fabrico europeu.

“Temos de produzir mais, temos de produzir mais rápido, e temos de produzir como europeus”, reiterou, num discurso que mereceu aplausos do chanceler alemão, Olaf Scholz, que elogiou as palavras de Macron como tendo “boas ideias” para chegar a uma Europa mais forte.

Enaltecendo aquela que foi claramente uma das mensagens, Macron pediu “autonomia estratégica” para a Europa, alertando que se deve diminuir a dependência e confiança nos Estados Unidos, até porque Donald Trump tem acusado os europeus de se aproveitarem da proteção e gastos norte-americanos.

“Devemos mostrar que nunca somos vassalos dos Estados Unidos e que sabemos como falar com outras regiões no mundo”, vincou.

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