Pirata informático diz que roubou dados de mil milhões de chineses à polícia de Xangai - TVI

Pirata informático diz que roubou dados de mil milhões de chineses à polícia de Xangai

Hacker (Jakub Porzycki/Getty Images)

Agora, o hacker quer vender esta base de dados por 10 bitcoins (aproximadamente 195 mil euros)

A confirmar-se, será um dos maiores roubos de dados da história. Um hacker afirma ter conseguido roubar os dados pessoais de mil milhões de cidadãos chineses, após ter conseguido entrar na base de dados da polícia de Xangai.

Numa publicação anónima no site Breach Forums, um pirata informático que se identifica com o nome de utlizador “ChinaDan”, fez uma publicação onde coloca à venda 23 TeraBytes de dados em troca de 10 bitcoins (aproximadamente 195 mil euros, à cotação atual).

“Em 2022, a base de dados da Polícia Nacional de Xangai foi extraída. Esta base de dados contém muitos TeraBytes de dados e informações sobre milhares de milhões de cidadãos chineses”, alega o hacker na publicação.

Os dados em questão pertencem a mais de mil milhões de habitantes chineses e a informação disponível é vasta. Do registo criminal detalhado, ao número de telemóvel, nome, endereço, local de nascimento e número de identificação, toda esta informação pode estar acessível.

“Os bancos de dados contêm informações sobre mil milhões de residentes nacionais chineses e vários milhares de milhões de registos de casos, incluindo: nome, endereço, local de nascimento, número de identidade nacional, número de telemóvel, todos os detalhes do crime/caso”, revela o pirata informático.

Embora não seja possível confirmar a veracidade dos dados sem ter acesso a uma amostra, Yi Fu-Xian, cientista na Universidade de Wisconsin-Madison, revelou ter conseguido fazer download de uma pequena parte desta informação. O que encontrou, chocou-o.

“Os dados continham informações sobre quase todos os condados da China, e até descobri dados relacionados a um condado remoto no Tibete, onde há apenas alguns milhares de habitantes”, disse o especialista ao jornal The Guardian, acrescentando que o envelhecimento da população demonstrado nos dados “é pior do que a relatado pelas autoridades”.

A publicação de ChinaDan tem vindo a ser alvo de grande discussão nas principais redes sociais chinesas, o Weibo e o WeChat, com vários utilizadores a expressarem preocupação com a possibilidade dos seus dados serem tornados públicos. Até à data, as autoridades chinesas ainda não responderam publicamente a este incidente.

A confirmar-se, este ataque seria um dos mais graves da história do gigante asiático e acontece numa altura em que Pequim se comprometeu a aumentar a proteção da privacidade de dados dos seus cidadãos e com o apertar do cerco aos gigantes tecnológicos no país para que garantam a segurança das bases de dados.

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