Há dois portugueses bem conhecidos que surgem nomeados no escândalo dos "Suisse Secrets". De acordo com o jornal Expresso, são mais de 100 os cidadãos nacionais com contas registadas no banco Credit Suisse, mas há dois que saltam à vista: Hélder Bataglia e Álvaro Sobrinho.
Os dois estão implicados na Operação Monte Branco, relacionada com suspeitas de um alegado esquema de lavagem de dinheiro que teve origem precisamente na Suíça, na empresa Akoya, sociedade que faz gestão de fortunas - e da qual Álvaro Sobrinho confirmou ser acionista, através de uma outra empresa.
Além disso, Bataglia e Sobrinho são também alvo de um inquérito-crime relacionada com a alegada apropriação de centenas de milhões de euros no Banco Espírito Santo Angola (BESA), cuja administração contava com o nome de ambos, sendo que o segundo era mesmo presidente executivo.
Agora, e de acordo com a investigação do Organized Crime and Corruption Reporting Project (OCCRP), foram descobertas várias contas nos nomes dos dois empresários, algumas das quais seriam partilhadas.
Hélder Bataglia chegou a ter, entre 2010 e 2014, 42 milhões de francos suíços (cerca de 40 milhões de euros) naquele banco. Já Álvaro Sobrinho teve, entre 2009 e 2014, uma conta com 78 milhões de francos suíços (mais de 75 milhões de euros).
Ao todo, Hélder Bataglia chegou a ter 10 contas e Álvaro Sobrinho 12, três das quais partilhadas e todas abertas no mesmo dia: 26 de janeiro de 2011. Numa delas, a de maior valor, os dois portugueses chegaram a partilhar 913 mil francos suíços (perto de 879 mil euros).
Questionados pelo OCCRP e pelo jornal Expresso, os dois tiveram reações diferentes. Hélder Bataglia optou por responder, dizendo que não se recorda de "alguma vez ter uma conta bancária no Credit Suisse com Álvaro Sobrinho", acrescentando que fechou a última das contas que tinha no banco suíço no ano passado.
Já o luso-angolano optou por não responder às questões sobre as contas partilhadas.
Segundo o jornal Expresso, a lista de portugueses inclui ainda uma dezena de migrantes na Venezuela, duas dezenas de chineses e vários cidadãos africanos que detêm dupla nacionalidade.