Serial killer: «Um nojo» - TVI

Serial killer: «Um nojo»

Alegado <i>serial killer</i> à entrada do tribunal (Foto Lusa)

Emocionadas e entre lágrimas, mães das vítimas insurgiram-se contra as mentiras do ex-cabo da GNR, que negou autoria dos crimes e vai manter-se em silêncio. À porta do tribunal, disseram esperar que seja condenado à pena máxima

À porta do tribunal da Figueira da Foz, pouco antes de começar o julgamento de António Costa, ex-cabo da GNR, acusado de assassinar três jovens, as mães das vítimas mostravam-se muito emocionadas, mas também revoltadas com as recentes declarações do arguido, que negou a autoria dos crimes e atribuiu a responsabilidade a um tio de uma das raparigas assassinadas.

Isabel Oliveira, a mãe da Joana, que tinha 17 anos na altura do seu desaparecimento e terá sido a terceira vítima, considerou a entrevista do arguido «um nojo» e espera que este seja condenado à pena máxima.

Quanto a Maria Luzia de Sousa, mãe da primeira vítima, Isabel Cristina, que tinha também 17 anos quando desapareceu, espera que se faça justiça e garantiu ter a certeza que António Costa é o responsável. Tudo o que ele disse na televisão «é mentira», garante.

Também Maria de Fátima Lourenço, mãe da Mariana, a segunda jovem a desaparecer, não tem a menor dúvida de que o ex-cabo da GNR é o responsável pelos homicídios. Disse ainda que, na entrevista à RTP, o «arguido mostrou que nem sequer sabe mentir».

O advogado João Pereira que representa a família de Mariana, bem como o seu tio, Rogério, que o ex-cabo da GNR acusou de ser o verdadeiro assassino, recordou esta segunda-feira à entrada para o tribunal que o arguido já responde por denúncia caluniosa.

Quanto às declarações da mulher do arguido, que apontou também o tio de Mariana como o culpado, o advogado explicou que vai ter de as visionar para decidir se avança com uma acção em tribunal.

Os bens do ex-cabo da GNR estão arrestados e sabe-se agora que os advogados dos familiares das vítimas pediram a penhora dos vencimentos do arguido para assegurar as indemnizações. António Costa é acusado de dez crimes, três de homicídio qualificado, três de ocultação de cadáver, um de profanação de cadáver, dois de coacção sexual na forma tentada e um de denúncia caluniosa, incorrendo na pena máxima de 25 anos.

O ex-cabo, que está detido preventivamente, residia em Cabecinha de Rei, Santa Comba Dão, próximo das três jovens assassinadas: Isabel Isidoro, Joana Oliveira e Mariana Lourenço.

O ex-militar mantinha com a família das vítimas um contacto quase diário e conhecia as jovens desde crianças, pelo que a sua detenção, pela Polícia Judiciária em Junho do ano passado, provocou uma «onda de choque» e sentimentos de revolta na população local.

Fonte da PSP assegurou que existirá um reforço de efectivos policiais no local e o acesso à sala de audiências será controlado com recurso a detectores de metais.

Durante o início da audiência, presidida por um colectivo de três juizes, o arguido decidiu manter-se em silêncio, por agora.
Continue a ler esta notícia