Portugueses são dos que menos vivem a reforma - TVI

Portugueses são dos que menos vivem a reforma

Reforma

Em média menos de 15 anos depois de se reformarem. Aposentações mais tardias e baixa esperança média de vida são a explicação. Mulheres vivem mais depois da reforma do que os homens

Os portugueses são dos cidadãos da União Europeia (UE) que menos anos gozam a sua reforma, revela um estudo da AON Consulting, consultor mundial na área de Benefícios Sociais.

O estudo, que faz uma análise por país e género dos membros da UE, revela que os homens portugueses gozam em média 14,7 anos de reforma após os 65 anos, enquanto as mulheres conseguem mais tempo, 18,3 anos.

A duração média da reforma é influenciada por dois factores: a idade da reforma estabelecida por lei e a esperança média de vida num determinado país.

No caso do sexo masculino, o número de anos de reforma vivido pelos homens em Portugal só supera alguns países de Leste (Polónia, a Letónia e a Estónia).

No caso das mulheres, o tempo médio de reforma é bastante inferior ao dos restantes países da UE, superando apenas as irlandesas e igualando as dinamarquesas.

A França é o país que lidera o ranking. O tempo médio de reforma dos franceses é 25 anos.

O estudo demonstra que os cidadãos da UE estão também a gozar períodos de reforma mais longos, porque a esperança de vida tem aumentado significativamente nos últimos 100 anos, registando-se sobretudo diferenças significativas entre os países e entre homens e mulheres.

A idade da reforma varia consideravelmente dentro dos 25 países da UE. A Eslováquia tem a idade de reforma mais baixa entre as mulheres da UE. Nos restantes paises do leste da Europa a idade de reforma para as mulheres é entre os 58 e 60, enquanto que na maioria dos países do oeste da europa a idade da reforma estabelecida por lei é de 65 anos. Em muitos países do leste da Europa os homens também se reformam numa idade inferior à dos países da Europa ocidental, onde a idade de reforma predominante é de 65 anos.

A duração da reforma é também influenciada pela esperança média de vida. Esta varia consideravelmente entre os estados membros, e é ainda mais baixa nos países do leste da Europa. Os homens da Letónia são os que têm a esperança de vida mais baixa e vivem em média até aos 77,5 anos de idade, enquanto que na Suécia os homens têm a mais elevada esperança de vida, 81,9 anos. A Eslováquia tem a esperança de vida mais baixa nas mulheres, pois vivem em média até aos 81,5 anos de idade. Com 85,9 anos, a França tem a experança de vida mais elevada para as mulheres. Apesar da baixa esperança de vida, as mulheres dos países da europa de leste gozam a sua reforma por muito mais tempo do que a maioria das mulheres na metade oeste da EU porque se reformam mais cedo.

Muitos governos da Europa estão a equacionar medidas para reduzir o encargo com as pensões de reforma através da redução das pensões do estado ou com um aumento da idade da reforma regulamentada. Já que muitos destes países se deparam com uma crise no sistema de pensões, como é o caso de Portugal. O Governo português vai elaborar um estudo de sustentabilidade da Segurança Social, exactamente para tentar fazer face a esse problema.
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