Pelo menos 17 países da União Europeia decidiram expulsar os diplomatas russos. A par com a União Europeia, também os EUA anunciaram que vão expulsar 60 diplomatas russos, assim como o Canadá, que anunciou que vai expulsar quatro diplomatas "em solidariedade com o Reino Unido".
Também a Ucrânia anunciou que vai expulsar 13 diplomatas russos. Horas depois, Albânia e Macedónia anunciaram que também vão declarar diplomatas russos como "persona non grata".
Inicialmente, o anúncio feito pelo presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, dava conta que 14 países-membros já tinham tomado a decisão e que "medidas adicionais, incluindo sanções no quadro comum da UE", não podiam ser excluídas nos próximos dias e semanas". Mas a lista não para de aumentar.
Perante as manifestações, o ministro de Negócios Estrangeiros britânico, Boris Johnson, já veio agradecer a solidariedade dos países ocidentais e afirmou que a medida mostra que "a Rússia não pode violar as regras internacionais impunemente".
"A resposta internacional extraordinária dos nossos aliados é a maior expulsão coletiva de agentes dos serviços de informações russos de sempre e vai contribuir para defender a nossa segurança comum", escreveu Boris Johnson.
Na base desta medida, que se insere numa ação coordenada dos países ocidentais, está o envenenamento com gás tóxico do ex-espião Serguei Skripal no Reino Unido.
Os países que acompanham o Reino Unido na expulsão de diplomatas russos:
- França - quatro diplomatas têm de sair dentro de uma semana
- Alemanha - quatro diplomatas
- Polónia - quatro diplomatas têm de sair antes de 3 de abril
- República Checa - três membros da embaixada russa têm de sair até 1 de abril
- Lituânia - três diplomatas expulsos, 44 pessoas banidas de entrar no país
- Dinamarca - três diplomatas
- Holanda - dois diplomatas
- Itália - dois diplomatas têm de sair até ao final da semana
- Espanha - dois diplomatas
- Estónia - um diplomata
- Croácia - um diplomata considerado "persona non-grata"
- Finlândia - um diplomata
- Letónia - um diplomata
- Roménia - um diplomata
- Suécia - um diplomata
- Noruega - um diplomata
- Hungria - um diplomata
- Ucrânia - 13 diplomatas
- Albânia - 2 diplomatas
- Macedónia - um diplomata
- Canadá - 4 diplomatas
- EUA - 60 diplomatas
- Irlanda - 1 diplomata
- Austrália - 2 diplomatas
- Bélgica - 1 diplomata
Quanto a Portugal, o Ministério dos Negócios Estrangeiros emitiu um comunicado onde "toma boa nota" das decisões dos 16 países-membros, mas deverá esperar por uma decisão comunitária para agir.
Já o governo da Bélgica reúne-se terça-feira para avaliar se expulsa elementos do corpo diplomático russo acreditado no país.
Resposta será "recíproca" e decidida por Putin
A Rússia vai responder de forma “recíproca” às expulsões de diplomatas russos, mas a decisão final será adotada pelo Presidente Vladimir Putin, referiu o Kremlin.
“Temos de analisar a situação. O ministério dos Negócios Estrangeiros fará a sua análise e vão ser apresentadas propostas ao Presidente sobre as medidas de resposta. A decisão definitiva será adotada pelo chefe de Estado”, disse aos jornalistas o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
O mesmo responsável assinalou ainda que a Rússia vai aplicar “como sempre, o princípio da reciprocidade".
Skripal, de 66 anos, e a filha, de 33, continuam hospitalizados em estado crítico mas estável, desde que inalaram, a 4 de março, em Salisbury, no sudoeste de Inglaterra, onde residem, um gás neurotóxico chamado Novichok, de fabrico russo, segundo as autoridades britânicas.
O envenenamento de Sergueï Skripal desencadeou uma grave crise nas relações já glaciais entre Moscovo e o Ocidente e foi seguido da expulsão de 23 diplomatas russos de território britânico e do congelamento das relações bilaterais.
A Rússia, que clama inocência, anunciou como represália a expulsão de diplomatas britânicos do seu território e pôs fim às atividades do British Council no país.