Papa celebra vigília pascal ensombrada pelos escândalos

Bento XVI, líder de uma Igreja católica profundamente agitada pelos escândalos de pedofilia, celebrou sábado à noite na basílica de São Pedro a tradicional vigília pascal que faz reviver a passagem da morte à ressurreição de Cristo.

O Papa convidou os fiéis a desembaraçar-se «do vestuário da morte», que são os pecados, e relembrou uma lista elaborada pelo apóstolo Paulo: «Vício, impureza, obscenidade, idolatria, bruxaria, ódio, querelas, inveja, cólera, inveja, divisões, sectarismo e outras coisas do mesmo tipo.»

Sublinhando que «os homens estão à procura» do «remédio da imortalidade», o Papa Bento XVI afirmou que «a erva medicinal contra a morte existe» e esclareceu que essa erva medicinal é «Cristo (¿) árvore da vida».

«O que ocorreria realmente se se conseguisse, talvez não excluir de todo a morte, mas sim afastá-la indefinidamente, chegar a uma idade de várias centenas de anos?», questionou, antes de responder: «A humanidade envelheceria numa proporção extraordinária, já não haveria mais espaço para a juventude. A capacidade de inovação extinguir-se-ia e uma vida interminável seria não um paraíso, mas uma condenação.»

A Vigília Pascal é, tradicionalmente, o marco de baptizados de adultos e, este sábado, o Papa concedeu o Sacramento a um homem e quatro mulheres, bem como a uma criança. Os novos baptizados vieram da Somália, Albânia, Sudão, Rússia e Japão.