Detenções e tortura em Myanmar prosseguem - TVI

Detenções e tortura em Myanmar prosseguem

  • Portugal Diário
  • 9 nov 2007, 21:17

Denúncia feita pela organização humanitária Amnistia Internacional

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A Amnistia Internacional (AI) denunciou hoje que a Junta Militar de Myanmar (antiga Birmânia) continua a deter e a torturar pessoas, mantendo nas cadeias pelo menos 700 «presos políticos», cuja libertação imediata é exigida, noticia a Lusa.

Em comunicado divulgado pela sua sede em Londres, a organização anunciou ter enviado às autoridades de Rangum uma carta enumerando os «graves e contínuos» abusos dos direitos humanos perpetrados desde 26 de Setembro.

Os generais birmaneses garantem só manter nas cadeias 91 de milhares de detidos nas sucessivas vagas de repressão de activistas pró-democracia.

A AI, com base em informações recebidas do terreno, insiste na existência de centenas de reclusos, incluindo menores e duas mulheres grávidas, muitos deles alvo de maus-tratos em celas superlotadas, onde escasseia a água e os alimentos, os medicamentos e os agasalhos.

Pessoas encerradas em canis

A organização vai mais longe, revelando que, à falta de mais celas, há pessoas encerradas em canis.

«Um detido recentemente libertado contou ter sido obrigado a permanecer longos períodos ajoelhado sobre tijolos», destaca o comunicado da AI.

O texto adianta que monges budistas - no centro dos protestos - foram despidos dos seus hábitos e forçados a comer à tarde, infringindo assim uma norma muito estrita da sua religião.

«Sequestros, detenções arbitrárias, espancamentos, tortura e desaparecimentos» continuam a ser praticados pelas autoridades birmanesas, de acordo com a AI, apesar de se terem comprometido a «cooperar plenamente».

Entre os próximos dias 11 e 15, o relator especial da ONU para os Direitos Humanos, o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, visita a Birmânia.

«Em vez de protestarem por uma alegada ingerência nos assuntos internos do país - por causa desta visita -, as autoridades birmanesas deviam cumprir o acordado», salienta a AI, que pediu ao dignitário brasileiro para obter uma lista completa dos detidos e sentenciados pela ditadura.

Segundo estimativas, desde Setembro morreram duas centenas de pessoas e cerca de seis mil passaram pelos calabouços.
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