Myanmar: libertada Nobel da Paz Aung San Suu Kyi - TVI

Myanmar: libertada Nobel da Paz Aung San Suu Kyi

Activista pró-democracia estava em prisão domiciliária há sete anos

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Última actualização às 14:33

A activista pró-democrática birmanesa Aung San Suu Kyi, que recebeu o prémio Nobel da Paz em 1991, foi libertada de prisão domiciliária, avança a agência chinesa Xinhua. Suu Kyi estava nesta condição, imposta pela Junta Militar que governa Myanmar, há sete anos. Nos últimos 21 anos, 15 foram passados privada de liberdade.

Perfil de Aung San Suu Kyi (vídeo)

De acordo com a Reuters, a activista saudou as centenas de pessoas que congregaram junto à sua casa. «Temos de trabalhar juntos, em uníssono, para alcançarmos o nosso objectivo», disse à multidão, citada pela agência.

Num país controlado pelos militares desde 1962, Suu Kyi tornou-se um símbolo dos que lutam pela democratização do país. O partido pró-militar, no poder, venceu as eleições que realizaram no dia 7 de Novembro, mas sob a elevada suspeição de o escrutínio ter sido manipulado.

As anteriores eleições, realizadas em 1990, haviam sido ganhas precisamente pelo partido de Aung San Suu Kyi - a Liga Nacional para a Democracia. Mas os militares recusaram entregar o poder e perseguiram os membros da oposição.

A última de uma série de condenações judiciais que lhe foram impostas aconteceu no ano passado, depois de ter sido acusada de acolher um norte-americano, que decidiu nadar até sua casa através do lago que se situa nas imediações.

O caso levou a uma extensão da pena de prisão domiciliária a que a activista estava sujeita deste 2003.

Reacções a nível mundial

A libertação de Aung San Suu Kyi já foi saudada por diversos chefes de Estado, entre eles o dos EUA, Barack Obama.

«É uma heroína minha e uma fonte de inspiração para todos os que trabalham no desenvolvimento das condições humanas básicas na Birmânia e em todo o mundo», disse o presidente norte-americano.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, também já se congratulou com esta libertação, sublinhando que devia ter ocorrido há mais tempo. «Aung San Suu Kyi é uma inspiração pata todos os que acreditamos na liberdade de expressão, na democracia e nos direitos humanos», disse.

Outra das mensagens de regozijo partiu de Nicolas Sarkozy, que disse que «a França está muito atenta às condições em que Aung San Suu Kyi vai desfrutar de sua liberdade recém conquistada».

O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, sublinhou ainda a importância de que a activista «beneficie de total liberdade de movimento e de expressão e possa participar em pleno no processo político do seu país».

Já a chanceler alemã, Angela Merkel, descreveu Aung San Suu Kyi como «uma figura simbólica no combate mundial em defesa dos direitos humanos». «O seu pacifismo e a sua intransigência fizeram dela um modelo», apontou a governante germânica.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, saudou também a libertação da opositora birmanesa e fez um apelo à libertação de todos os presos políticos do país.

«O secretário-geral espera que não lhe seja imposta nova restrição e exorta as autoridades birmanesas a consolidar o gesto de hoje libertando todos os outros presos políticos», lê-se numa nota do máximo responsável das Nações Unidas.
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