Caricatura de Deus assassino é desonesta, diz Vaticano - TVI

Caricatura de Deus assassino é desonesta, diz Vaticano

Deus assassino numa capa especial para o Charlie Hebdo

Será a capa da próxima edição do Charlie Hebdo, que assinala o primeiro aniversário do atentado terrorista contra o semanário satírico francês

O diário do Vaticano lamentou hoje que o Charlie Hebdo omita, na edição que assinala o primeiro aniversário do atentado terrorista contra o semanário satírico francês, as condenações de vários dignitários religiosos da violência em nome da religião.

No primeiro aniversário do ataque terrorista contra o Charlie Hebdo, o semanário vai publicar na quarta-feira um número especial, onde se lê na primeira página  “Um ano depois, o assassino ainda está em fuga”. É este o tema de capa da publicação que mostra um Deus com uma ‘kalashnikov’ e com as vestes ensanguentadas. 

"O episódio não é uma novidade: atrás da bandeira enganadora de uma laicidade sem compromissos, o semanário esquece uma vez mais aquilo que tantos dirigentes religiosos de todas as confissões não deixam de repetir para rejeitar a violência em nome da religião: usar deus para justificar o ódio é uma verdadeira blasfémia, como disse em várias ocasiões o papa Francisco", afirmou o Osservatore Romano, citado pela Lusa.

A edição especial, composta por 32 páginas - com uma seleção de caricaturas de cartoonistas que morreram no ataque e dos que integram atualmente a redação, e mensagens de apoio - vai ser publicada na quarta-feira, véspera do primeiro aniversário do atentado. Está prevista  uma tiragem de cerca de um milhão de exemplares, sendo que dezenas de milhares dos quais serão expedidos para o estrangeiro. 

Recorde-se que há precisamente um ano, a 7 de janeiro de 2015, dois homens armados atacaram os escritórios do Charlie Hebdo, em Paris, provocando 12 mortos, num incidente que ocorreu depois de o jornal publicar um número especial sobre as primeiras eleições na Tunísia após a destituição do presidente Zine el Abidine Ben Ali, ganhas pelo partido islamita Ennahda, no qual o profeta Maomé era o “redator principal”. 

Para esta nova edição, o jornal deverá ter uma tiragem de cerca de um milhão de exemplares.

 
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