Mais do que os estragos causados pela explosão, os ambientalistas estão preocupados com aquilo que não pode ser visto nas ruas de Tianjin: os químicos libertados pelas duas explosões.
O incidente que tirou a vida a pelo menos 50 pessoas, ferindo outras 700, teve lugar num armazém de produtos químicos e sabe-se já que o lugar continha cianeto de sódio, um componente altamente tóxico que pode matar rapidamente um humano que seja exposto ao químico. A Greenpeace acredita que, para além deste, havia também tolueno di-isocianato e carboneto de cálcio. Os restantes componentes tóxicos são ainda um mistério.
Apesar das autoridades terem assegurado que não havia qualquer perigo para a população, algumas organizações ambientais como a Greenpeace já emitiu um comunicado por estar alarmada com a possível contaminação do ar e da água:
“Estamos preocupados que certos químicos continuem a representar um risco para os habitantes de Tianjin”.
Para adensar as dúvidas, as autoridades chinesas já vieram a público dizer que não conseguem listar os químicos que estavam armazenados no local, uma vez que o armazém servia apenas para guardar os materiais temporariamente, antes de serem transferidos para outro lado.
O diretor da Administração da Segurança no Trabalho da cidade, Gao Huaiyou, afirmou que a “informação é insuficiente” sobre a matéria porque o armazém e tudo o que continha foram totalmente destruídos pelas explosões, que tiveram um impacto semelhante a mais de 20 toneladas de TNT. O deputado disse ainda que será precisa mais investigação para determinar o que o armazém continha e em que quantidades.
O chefe para a proteção ambiental da cidade, We Wuriu, declarou, na quinta-feira, que os níveis de alguns químicos na atmosfera estavam mais elevados do que o normal, mas que a situação só seria prejudicial à saúde humana após longos períodos de exposição.
Segundo a CNN, as autoridades chinesas dizem que os ventos estão a ajudar a não concentrar os gases na cidade e que os esgotos já foram fechados para evitar que a água seja contaminada. Mas a Greenpeace já avisou também que, se chover, a ameaça ambiental pode ainda ser maior, com a água a filtrar-se no solo.
A população está também preocupada com a possibilidade de contaminação e muitos já deixaram de beber água corrente.
As autoridades continuam a averiguar as causas da explosão e o número real de mortos. Os números oficiais apontam para 50 vítimas mortais, entre as quais estão 17 bombeiros e dezenas de funcionários que trabalhavam no armazém, mas podem haver muitos mais. Dos 700 feridos, pelo menos 70 encontram-se em estado grave.