Malária e dengue podem voltar a atacar a Europa - TVI

Malária e dengue podem voltar a atacar a Europa

  • Portugal Diário
  • 30 abr 2007, 10:39

Doenças tropicais ressurgem devido às alterações climáticas

No prazo de 50 a 100 anos os países do Sul da Europa poderão voltar a ser atingidos por doenças já erradicadas, como a malária, devido ao previsível aumento da temperatura e outras alterações climáticas, defendem vários especialistas. A malária chegou a matar quatro mil portugueses por ano no início do século 20, noticia a Lusa.

Segundo o presidente da Assistência Médica Internacional (AMI), Fernando Nobre, países europeus como Portugal, Espanha, Itália e Grécia poderão ter que voltar a conviver com a malária, erradicada de Portugal em 1950, e a dengue, doenças tropicais transmitidas pelos mosquitos, devido ao aquecimento global.

Segundo o médico, a malária voltará «seguramente» a afligir os países do Sul da Europa e talvez o dengue, bastando para tal que a temperatura aumente e que se encontrem mosquitos no território.

«Tudo aponta para que a Europa volte a conhecer esse tipo de doenças e por isso é preciso formar os médicos para que voltem a estar atentos a patologias que já desapareceram», afirmou.

Também um especialista do Centro de Malária e Doenças Tropicais tinha dito anteriormente à Lusa que em Portugal, e noutros países europeus, existe o risco de ressurgimento de doenças tropicais, como a malária, devido às alterações climáticas.

Virgílio do Rosário, antigo coordenador da Unidade de Malária do Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT), em Lisboa, adiantou que não existem garantias de que os focos restritos de doenças infecciosas, típicas de climas quentes, como a Malária, não possam ressurgir.

«Esta situação está a ser objecto de prevenção e vigilância a nível europeu, através do Projecto EDEN, onde até 2010, estão a ser desenvolvidos métodos e ferramentas de monitorização e de alerta precoce, que vão ser disponibilizados às autoridades de saúde pública a nível global e regional», afirmou o especialista.

O projecto da Comissão Europeia reúne 40 institutos de investigação, em 24 países, incluindo Portugal e visa compreender o impacto das actuais mudanças ambientais sobre a difusão de novas doenças, emergentes ou re-emergentes, no território europeu.
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