Os incêndios na Amazónia constituem uma “situação de emergência aguda” que deve ser discutida na cimeira do G7 este fim de semana, declarou hoje o porta-voz de Angela Merkel, apoiando um pedido de Emmanuel Macron nesse sentido.
A chanceler está convencida” de que a questão “deve integrar a agenda dos países do G7 quando eles se reunirem este fim de semana” em Biarritz, em França, declarou Steffen Seibert, porta-voz da chefe do Governo alemão, numa conferência de imprensa em Berlim.
A chanceler apoia completamente o Presidente francês” neste assunto, adiantou.
Seibert disse ainda que “a magnitude dos incêndios no território da Amazónia é assustadora e ameaçadora, não apenas para o Brasil e os outros países envolvidos, mas para o mundo inteiro”.
Na véspera, o Presidente francês, Emmanuel Mácron, referiu na rede social Twitter os fogos que devastam a maior floresta tropical do planeta, falando de “crise internacional” e pedindo aos países industrializados do G7 “para falarem desta emergência”.
Our house is burning. Literally. The Amazon rain forest - the lungs which produces 20% of our planet’s oxygen - is on fire. It is an international crisis. Members of the G7 Summit, let's discuss this emergency first order in two days! #ActForTheAmazon pic.twitter.com/dogOJj9big
— Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) 22 de agosto de 2019
O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, respondeu acusando o seu homólogo francês de ter “uma mentalidade colonialista” e de pretender “instrumentalizar” o assunto “para ganhos políticos pessoais”.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, tinha desencadeado a salva de apelos para salvar a Amazónia declarando-se “profundamente preocupado” com os incêndios, através do Twitter.
Embora o avanço dos fogos seja difícil de avaliar, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) registou quase 2.500 novos focos de incêndio no espaço de 48 horas em todo o Brasil.
Segundo o INPE, o número de incêndios no Brasil aumentou 83% este ano, em comparação com o período homólogo de 2018, com 72.953 focos registados até 19 de agosto, sendo a Amazónia a região mais afetada.