«Foi uma cimeira histórica (…). Estou certo de que marcará o início de uma nova era regida pelo diálogo respeitoso e cooperação na nossa região.»
A decisão por parte dos presidentes dos Estados Unidos e Cuba, Barack Obama e Raúl Castro, respetivamente, de «avançar para um novo enfoque das relações» bilaterais gerou a «legítima expectativa» de que «as situações que têm causado tensão nas relações hemisféricas podem ser resolvidas», defendeu.
Juan Carlos Varela realçou que o Panamá, como país anfitrião, facilitou «um diálogo franco e respeitoso» entre líderes, sem fingir «unanimidade».
Barack Obama e Raúl Castro mantiveram este sábado conversações históricas no Panamá, no primeiro encontro desde a década de 1950 entre líderes de antigos adversários da Guerra Fria. Os dois líderes reuniram-se à margem da cimeira, no primeiro encontro entre os dois países em mais de meio século.
«Esta é obviamente uma reunião histórica», disse Obama, defendendo que após 50 anos de uma política que se provou errada «era tempo de experimentar algo novo».
Em dezembro de 2014, Washington e Havana tinham anunciado o início das negociações para o reatar das relações, cortadas desde 1962.
«Com o tempo, é possível que possamos virar a página e desenvolver uma nova relação entre os nossos países», afirmou Obama.
Por sua vez, Castro falou em «paciência».
«Estamos dispostos a falar de tudo, mas precisamos de ser pacientes, muito pacientes», afirmou Raúl Castro.
A cimeira encerrou com os 35 países do continente americano a chegarem a «acordo em 90% dos pontos» em torno dos eixos temáticos da saúde, educação, energia, ambiente, migração, segurança, participação civil e governabilidade democrática, propostos pelo Panamá como país organizador da cimeira, afirmou o chefe de Estado.
Já os aspetos sem consenso «ficaram ‘ad referendum’ [locução latina que significa para aprovação] de poucos países», acrescentou.
O Presidente do Panamá deu por encerrado o evento, anunciando que o Peru será a sede da VIII Cimeira das Américas, em 2018.