O juiz espanhol que não ordenou a execução de uma pena de prisão contra o alegado assassino da menina de Huelva, Mari Luz Cortés, foi condenado esta quarta-feira a uma multa de 1.500 euros por «falta grave», informa a Lusa.
Uma pena imposta pelo Conselho Geral do Poder Judicial (CGPJ) e que já foi condenada pelo pai da criança que a considerou «um golpe contra toda a sociedade espanhola», que deveria ser «imediatamente rectificada».
«Este conselho passa à história como o que escreveu a página da história mais negra da sociedade espanhola», disse Juan José Cortés.
O juiz Rafael Tirado tinha sido alvo de um processo disciplinar, porque não ordenou a execução da sentença por abusos sexuais a que tinha sido condenado o principal suspeito da morte de Mari Luz.
Santiago Del Valle Garcia, actualmente em prisão preventiva como suspeito da morte de Mari Luz, tinha sido previamente condenado a duas penas de prisão por abusos sexuais a menores, nenhuma das quais foi executada.
A multa de 1.500 euros deve-se ao que o CGPJ considera ser «uma falta grave de atraso injustificado na tramitação da causa».
Recorde-se que, durante três anos, Tirado não aplicou a execução da sentença, permitindo a Del Valle estar em liberdade na altura em que alegadamente assassinou Mari Luz.
A decisão do CGPJ - deliberada por três votos contra dois - rejeita o pedido da procuradoria, que considerou que os factos constituíram uma «falta de atenção muito grave» pelo que o juiz deveria ser suspenso pelo menos três anos, transferido ou expulso da carreira.
Mari Luz Cortés desapareceu no dia 13 de Janeiro quando saiu de casa para ir a uma loja próxima. O seu corpo foi encontrado no dia 9 de Março e pouco tempo depois Del Valle foi detido como principal e único suspeito da morte.
Juiz que não executou pena a assassino de Mari Luz multado
- Redação
- CP
- 10 set 2008, 14:23
Suspeito continuou em liberdade apesar da sentença por abusos sexuais
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