Mari Luz: «Tempo de chorar» - TVI

Mari Luz: «Tempo de chorar»

  • Portugal Diário
  • 10 mar 2008, 12:55
Funeral de Mari Luz (Foto Lusa)

Centenas no funeral onde pais pedem «justiça para os culpados». Resultados da segunda autópsia devem ser conhecidos hoje. Tudo indica que terá morrido por asfixia. Menina desapareceu em Janeiro. Corpo foi encontrado sexta-feira a boiar na Ría de Huelva

Actualizada às 16h50

Os pais de Mari Luz pediram esta segunda-feira que os culpados da morte da filha «caiam nas mãos da justiça» e que a imprensa seja «delicada» e menos persistente num momento «sério». O funeral da menina de cinco anos realizou-se ao início da tarde em Huelva, Espanha, e foi acompanhado por várias centenas de pessoas.

No final da cerimónia, o porta-voz da família disse aos jornalistas que os parentes da menina estão «destroçados» e apelou à imprensa para que seja «delicada», já que agora é «tempo de chorar e estar na intimidade».

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«O que se puder tornar público será. Pedimos que aguardem notícias em silêncio», disse Luiz Molina, acrescentando que quarta-feira a família dará uma conferência de imprensa para expressar o seu agradecimento público pelo apoio da comunicação social.

O trânsito esteve condicionado na zona do Instituto Forense de Huelva e do cemitério da cidade, onde era também visível um grande número de polícias. Entre a multidão que aguardava a saída do corpo da criança para participar no funeral, estava o presidente da câmara de Huelva, Pedro Rodríguez.

Também esta segunda deverá ser conhecido o resultado da segunda autópsia, exigida pelos pais e realizada por Luís Frontela, um especialista famoso. Cabe, no entanto, ao juiz, decidir se os resultados são divulgados publicamente ou não. Para já, tudo indica que a menina terá morrido por asfixia e que não foi vítima de agressão.



A possibilidade da menina ter sido morta nas 24 ou 48 horas a seguir ao seu desaparecimento, na tarde de 13 de Janeiro último, não é descartada pelas autoridades que tentam agora perceber o que realmente aconteceu à criança.

«Porquê?»

O porta-voz da família confessou estar cansado de tanta pressão e anunciou que vai deixar de falar em nome dos Cortez, já que o funeral marca o começo de uma «nova luta».

O cortejo fúnebre de Mari Luz partiu da casa mortuária do Instituto Forense de Huelva, onde foi rezada uma missa, em direcção ao cemitério local, situado a cerca de 500 metros. A acompanhar o cortejo estavam largas centenas de pessoas, que quiseram prestar a sua última homenagem à menina. O momento da entrada da urna no gavetão do cemitério foi marcado por muita agitação e tensão, pois todos queriam tocar no caixão branco para se despedirem.

Quando a urna foi finalmente depositada, fez-se um momento de silêncio, apenas quebrado pelos gritos da mãe, que repetia «a minha filha» e perguntava «porquê». O pessoal médico destacado para o local esteve sempre próximo da família e chegou a ter que amparar alguns parentes, visivelmente perturbados, embora ninguém tenha chegado a necessitar de assistência médica.

Recorde-se que Mari Luz Cortés desapareceu no dia 13 de Janeiro quando saiu de casa para ir a uma loja próxima, desencadeando uma extensa operação de busca e um movimento de solidariedade alargado com a família.
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