Declarações de Sarkozy «não visam portugueses» - TVI

Declarações de Sarkozy «não visam portugueses»

Nicolas Sakozy

A garantia é deixada por uma luso-descendente, candidata às legislativas nas listas do partido de Sarkozy. Presidente disse que há «demasiados estrangeiros» em França

As declarações do Presidente francês, que afirmou, na terça-feira, que França tem «demasiados estrangeiros», «não visam os portugueses», disse à Lusa Alexandra Custódio, candidata às eleições legislativas francesas nas listas do partido de Nicolas Sarkozy.

O Presidente francês, recandidato às eleições presidenciais, afirmou, na terça-feira à noite, num programa da televisão pública francesa, que «há demasiados estrangeiros» no país e prometeu reduzir para metade (de cerca de 180 mil para 100 mil) os emigrantes que entram anualmente em França.

Questionada pela Lusa sobre as declarações de Sarkozy, a portuguesa Alexandra Custódio, candidata nas listas da UMP, o partido do Presidente, às eleições legislativas de junho, afirmou que estas palavras «dirigem-se aos imigrantes que vêm de fora da Europa» e que as medidas anunciadas pelo candidato «só servem para ajudar a reforçar a coesão do espaço europeu, que está em dificuldades».

«França não pode, sozinha, resolver os problemas de fora da Europa», defendeu a candidata portuguesa.

Sarkozy avançou ainda a promessa de, sendo reeleito, fazer depender o reagrupamento familiar e o casamento de um estrangeiro com um cidadão francês das suas condições de rendimento e de alojamento, e de um exame de língua francesa e sobre valores da República.

Para além disso, o Presidente candidato anunciou que pretende limitar a atribuição a estrangeiros de subsídios de integração social e de complementos de reformas de velhice apenas a quem tenha residido em França nos 10 anos anteriores e trabalhado cinco anos.

Também o conselheiro das comunidades Carlos Reis, autarca socialista em França, considerou que as palavras de Sarkozy «não se aplicam aos portugueses». Ainda assim, defendeu, «são declarações graves», que o preocupam «na [sua] perspetiva de autarca».
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